Preciso que um barco atravesse o mar
lá longe
para sair dessa cadeira
para esquecer esse computador
e ter olhos de sal
boca de peixe
e o vento frio batendo nas escamas.
Preciso que uma proa atravesse a carne
cá dentro
para andar sobre as águas
deitar nas ilhas e olhar de longe esse prédio
essa sala
essa mulher sentada diante do computador
que bebe a branca luz electrónica
e pensa no mar.
Marina Colasanti
quantas vezes o mar lá fora e eu enterrada na cadeira, gira aqui, gira ali, perdida a pensar nele...
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