quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Agora que as palavras secaram

























Agora que as palavras secaram
e se fez noite
entre nós dois,
agora que ambos sabemos
da irreversabilidade
do tempo perdido,
resta-nos este poema de amor e solidão.


No mais é o recalcitrar dos dias,
perseguindo-nos, impiedosos,
com relógios,
pessoas,
paredes demasiado cinzentas,
todas as coisas inevitavelmente
lógicas.



Que a nossa nem sequer foi uma história
diferente.
A originalidade estava toda na pólvora
dos obuses, no circunstanciado
afivelar
dos sorrisos à nossa volta
e no arcaísmo da viela onde fazíamos amor.






eduardo pitta








4 comentários:

  1. Imagem perfeita..texto sublime..derreto-me aqui..faz-me bem á alma..bj..

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  2. obrigada Quim, só assim já faz com que valha a pena.

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  3. claro! josé luís, my poetry is your poetry... por assim dizer...

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