Não me movo,
quase não respiro,
tento não existir,
estou sem estar,
sou paisagem,
sou o nada dentro de tudo,
sou um peixe a boiar no
escuro,
sou um pedaço de céu,
uma nuvem, uma árvore,
um agapanto em pranto,
uma planta a secar num
vaso,
carente de água e de gestos de
ternura.
Raquel Serejo Martins