quarta-feira, 11 de setembro de 2024

carente de água

 









Não me movo, 

quase não respiro, 

tento não existir, 

estou sem estar, 

sou paisagem, 

sou o nada dentro de tudo, 

sou um peixe a boiar no escuro, 

sou um pedaço de céu, 

uma nuvem, uma árvore, 

um agapanto em pranto,

 uma planta a secar num vaso, 

carente de água e de gestos de ternura. 








 Raquel Serejo Martins



daqui



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