há palavras que te escrevo dispostas a suportar o peso da distância. são impulsos, quase sempre impulsos. quase sempre duas mãos a indagar o silêncio, a perguntar
à vida como se exercita o amor.
crio rumores que te chegam como um fio, um sopro
atrás do ouvido
onde te suspiro nomes, paisagens reunidas em livros de horas, onde te sopro orações
- a abóbada celeste, o teu coração.
há palavras que te escrevo que existem como um traço contínuo. como se o sentimento fosse demasiado vasto para invocar o silêncio, demasiado insistente para não responder à vida de volta.
invento as certezas do nosso amor, hoje digo-te uma certeza, amanhã outra e à hora de adormecer confesso-me
- hei de inventar a vida de volta
fazer da certeza um hábito. das palavras que te escrevo a contínua oração diária.
André Tomé
Boa noite, Paula
ResponderEliminarEm síntese, poder-se-ia comenatr esta narrativa como
A mão
O gesto
E o afecto
Seria redutor.
O exercício de idealização do amor começa por vencer uma distância através da mão e do gesto e, na medida em que estabelece uma aproximação, vence uma distância e torna a primeira e mais simples ideia de amor na simples contingência física que é essencial.
Se bem que não utilize esta estrutura de narrativa no Guizo, gosto muito dela.
No teu caso, acho que dominas muito bem e fazendo este relato de uma certa intimidade preservas a tua privacidade.
Muito bom.
Bjs
oguizodogato :) gostei!, aqui não narro, transcrevo.
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