As mulheres aspiram a casa para dentro dos pulmões
E muitas transformam-se em árvores cheias de ninhos - digo,
As mulheres - ainda que as casas apresentem os telhados inclinados
Ao peso dos pássaros que se abrigam.
É à janela dos filhos que as mulheres respiram
Sentadas nos degraus olhando para eles e muitas
Transformam-se em escadas
Muitas mulheres transformam-se em paisagens
Em árvores cheias de crianças trepando que se penduram
Nos ramos - no pescoço das mães - ainda que as árvores irradiem
Cheias de rebentos
As mulheres aspiram para dentro
E geram continuamente. Transformam-se em pomares.
Elas arrumam a casa
Elas põem a mesa
Ao redor do coração.
daniel faria
poema lindíssimo
ResponderEliminar{também apareceu num (poe)dia}
hmmm...mas não foi daí que eu @ei....
ResponderEliminarUm brilhante elogio, Paula.
ResponderEliminarBjs
há algumas mulheres assim, há, eu conheço umas duas, e outras perdidas na memória... Jota.
ResponderEliminarboa noite!