sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Amo os teus defeitos, e tantos eram




















Amo os teus defeitos, e tantos 
eram, as tuas faltas para comigo 
e as minhas; essa ênfase 
de rechaçar por timidez; solidão 
de fazer trepadeiras, agasalhos 
para velhos, depois para netos; 
indulgência de plantar e ver 
o crescimento da oliveira do paraíso, 
carregada de flores persistentemente 
caducas; essa autoridade, irremediável 
desafio; e a astúcia 
de termos ambos quase a mesma cara. 







António Osório 











3 comentários:

  1. e percebe-se que bebeu uma chávena por cada defeito enumerado...

    {ou seja, quanto a falta de chá, estamos conversados ;)}

    ResponderEliminar
  2. ah ah ah
    afoguei os defeitos em chá, há quem afogue em vinho :)

    ResponderEliminar
  3. na Arcádia, no Porto, as senhoras da "sociedade" lanchavam, e era-lhes servido em bules e chávenas de chá, vinho. para todos os efeitos, era chá que bebiam, que animava as conversas, o desenrolar dos rosários, dos casamentos, coscuvilhices da vida alheia. eu era criança, lanchava com a minha avó, olhava de soslaio e ria...
    lembrei-me de repente, tantos anos para trás e a minha avó Dulce Esperança (nome mais lindo não há), que era fina como um alho, com um sentido de humor único, de repente aqui {incomodam-lhe os dentes? faça como eu! meta-os ao bolso!!! ahahahah , boa vovó!!}:)) beijo-te, no meu coração aconchegada, vovó!!!

    ResponderEliminar