quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Eu acreditei

















Eu acreditei que podia amar
o teu corpo, o teu modo de insinuar o coração
nas palavras. Mas era apenas a forma como a noite
sublinhava as superfícies, eu nunca pude atravessar
essa espessura. Estavas ali para te dispores aos meus sentidos
mas crescias fora de alcance no teu próprio
pensamento. Uma distância que só serviria
aos lobos, um mau caminho arrancado às fragas.
Já só conhecia os dias onde tu os frequentavas, o sítio
em que me mantinhas era mais urgente
que o sangue. Sem dúvida que vinhas pelo meu desejo
mas eu perdia sempre alguma coisa
quando te ganhava. Às vezes era só
a minha vontade, outras vezes era toda a frase
do meu nome.









Rui Pires Cabral






















4 comentários:

  1. O amor tem muitas coisas estranhas à sua volta. :)

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    1. também há quem mascare muitas coisas, de amor :)

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    2. Sim, Ana.

      O carnaval é como o natal, é quando um homem quiser. :)

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    3. claro que é, mas devia existir uma 'entidade reguladora para a utilização de máscaras' ;)

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