sábado, 26 de junho de 2010

Fiz de ti um caminho de palavras inúteis




































Fiz de ti um caminho de palavras inúteis
e estremeço ao cruzar de um passo que me
parece teu.
levo-te comigo embora de nada me sirvas,
nem para agarrar a mão ou apoiar o braço.
Aprendo, acasalando a angústia à ausência
e o sentido a tudo o que não tem, que os dias
movem-se por entre assopros desesperados e risos
que são livres e que a noite se espraia
sem entusiasmos, magoando-me os seios.
É assim que percorro as ruas e que
me deito. A viagem continua
a passear-me por dentro de um silêncio
que estala como o cristal ou as lágrimas.
de nada serve contar as ESTRELAS e os
bichos constelados, se não partilhamos esse
lúdico brincar. o Céu tem um nome na
tua língua e outro aqui.
A luz que nos observa e nos revela deixou de
ser a mesma. Foi um adeus perfeito a tudo
o que sorria à nossa volta.












Lídia Martinez, Um adeus perfeito




































4 comentários:

  1. Absolutamente sem palavras a foto
    poema muito belo!

    ResponderEliminar
  2. a foto é espectacular e pode dizer tanta coisa, tão diversa!

    e o poema, o poema...

    ResponderEliminar
  3. Excelente momento de fotografia que se prolonga no poema. Um poema triste, e tão real....

    ResponderEliminar
  4. Pois é Paula, só não são desperdícios porque se transformam em poemas...

    ResponderEliminar