segunda-feira, 7 de junho de 2010

O nome que se dá à ausência

































O sótão:
era ali que o mundo começava.
Ainda não sabias, então,
quantas letras te seriam
necessárias para soletrar
o alfabeto dos dias, para encher
a tua caixa de música, a tua concha
de areia.



E ainda
o não sabes hoje.



Com cinza
nada se escreve a não ser
as vogais do silêncio.



E este
é o nome que se dá à ausência,
quando a noite e a poeira
dos astros pousam
sobre a ranhura dos olhos.









Albano Martins











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