MÚSICA PELA MANHÃ
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*Todos os países esquecem gente.*
*Uns mais do que outros.*
*Certamente o nosso é dos que mais esquece. Adriano Correia de Oliveira
morreu no dia 16 ...
sempre...
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*É sempre no passado aquele orgasmo, *
*é sempre no presente aquele duplo, *
*é sempre no futuro aquele pânico. *
*É sempre no meu peito aquela garra. *
*É ...
E SE UM DIA ACONTECER …
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E se um dia acontecer?
Se aquilo que você tanto teme finalmente bater à porta?
E se o que você evitou por medo, cansaço ou dúvida, se tornar inevitável?
T...
josé gomes ferreira / melodia
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II
Há anos de raiva
que te busco em vão.
Melodia!
No sopro dos meus versos,
nas fontes com sede,
nas portas que rangem,
na cólera do mar aberto…
Mas...
Excerto da Quinzena
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*Estávamos no verão de 2008 quando Francis Ford Coppola chegou à Argentina.
Vinha fazer um filme; há muitos anos que não realizava nada. Meses antes,
com...
Vicente Muñoz Álvarez (Vento e cinza)
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VIENTO Y CENIZA
qué difícil
para los que seguimos decir adiós
a los que se van
vuela alto
que la tierra
te sea leve
descansa en paz
solo palabras
...
O PAÍS QUE FICOU NO QUINTAL
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Ontem sonhei com o Velho do Restelo. Estava no psiquiatra a tomar café e
a queixar-se da pátria. Não é culpa minha, Portugal é um velho teimoso que
cheir...
C de "Canção diante de uma porta fechada"
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O título é de Agustina Bessa Luís; a fotografia de uma capela entrevista em
Cascais;
a vontade de (re)ler *The Time of the Angels*, de Iris Murdoch, e t...
Nem sei como sou.
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Não sei se o vento é um amigo, um irmão
Se é somente uma leve, e fresca aragem
Sei que com amor me refresca o coração
E que me visita quando da sua passag...
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Se os começos valem para alguma coisa
se antes buscávamos o toque de um sino
arrancado como um fruto excessivo
à torre da igreja por algum demónio,
se isto...
Mesteres
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Em boa verdade, é o médico que me roga que regresse, Daqui a seis meses,
quero vê-lo de novo, em tom que não deixa margem para duvidar, quem tem o
principa...
Férias : Snoopy fez 75 anos ? Wow ! Parabéns !
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Snoopy 75 Aniversário
https://www.peanuts.com/
A 2 de Outubro de 1950, Charles M. Schulz lançou uma nova banda desenhada
com um improvável h...
Amélia
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Amélia bamboleia-se à minha frente e as outras imitam-na. Talvez o
burburinho que ouço, entrelaçando o chilrear das aves neste entardecer,
seja os...
Gato Azul, de Hagiwara Sakutaro
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Poema de Hagiwara Sakutaro (1846-1942), poeta japonês, da sua colectânea
com o mesmo nome Aoneko (Gato Azul) de 1923. GATO AZUL É bom amar esta bela
cidade...
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Este ano o verão atravessou Lisboa. O verão foi invisível. Atravessou a
cidade e os outros levou do meu corpo memórias do teu nome. joão miguel
fernandes j...
PELE DE PAREDE
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Os azulejos de Gilberto Renda são pele de parede,
Os painéis de madeira, nas salas da preciosa Vila Idalina,
Os antigos papeis de parede da Casa Vermelha,
Os...
Tragédia no Mar
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"Tragédia no Mar" é a denominação do feliz grupo escultórico de José João
Brito, visto aqui na tarde de hoje. Inspirado numa tela de Augusto Gomes, o
monum...
No meio do ruído das coisas.
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Duas despedidas tristes: a de Paulo Tunhas (1960), filósofo, cronista,
poeta, professor; e a de Luís Carmelo (1954), romancista, professor, poeta,
ensaís...
CARLOS POÇAS FALCÃO
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[TODOS OS DIAS VIAJO PARA A CULPA]
Todos os dias viajo para a culpa.
É lá onde trabalho, movendo e removendo
juízos e vergonhas, vergando-me nas margens
do...
ninguém conhece o infinito
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A culpa é tua se dizes sempre
o mesmo nome
se tens sempre a mesma idade
e a mesma casa, se quando
revelas a tua identidade
é impossível que o céu te explud...
FATIADA
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Era o céu inteirinho que chovia, como se fosse castigo, alagando tudo em
redor.
Como se o mundo se aglomerasse para chorar, acotovelando-se na visão
catas...
Que seja eterno
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Mas de nenhum destes modos te sei amar, tão fraco ou inábil é o meu
coração, de modo que, por o meu amor não ser perfeito, tenho de me
contentar que seja e...
Uma Alma Inquieta
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Eu sabia há três anos que Ela me viria bater à porta a qualquer momento,
mas não sabia como seria informado da sua chegada.
Desde Maio que peço, quase dia...
sem que ele note
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tão longe vai o tempo em que ele morria em mim. acontecia aos poucos, a
imagem dele a querer fugir do meu peito, ele a ausentar-se lentamente dos
meus ...
Tempo
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Eu não amava que botassem data na minha existência. A gente usava mais era
encher o tempo. Nossa data maior era o quando. O quando mandava em nós. A
gente ...
É isto o Amor
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Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que
me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite. É verdade que te podia
dizer: «Como é ma...
Pó dos Livros
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Setembro de 2007, abrimos as portas, e já nessa altura planava sobre nós o
abutre. Nunca passava para cá da linha da porta. No entanto, rondava de
perto...
Más poemas de Levertov (según ST)
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Photographer unknown, provided by Jan Wallace, The Project Room
*i*
Él recoge botones de vidrio del fondo del mar.
Las branquias de la mente palpitan en...
Burrinho
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Fui à procura de um caderno para escrever. Volto a ter vontade de
escrever. Não quero, não sou capaz, de escrever frases, textos, quero
apenas apontar as ...
o escritor enquanto cão-guia
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Grassa, em lusas terras, já há algum tempo, o paradigma do escritor como
«cão-guia». O leitor ou leitora, pitosga ou mesmo ceguinho deverá ser
levado pela ...
tomorrow never comes (III)
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Tentava escrever
o esboço - vestígio do corpo,
a macia semente do vento
a traço de giz
da cor do barro, da cor da nuvem carvão;
acontecia o espinho, o p...
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Um corpo sem véu, despojado do barulho do mundo. Apenas o grão da pele para
o vestir. Um corpo nu, imóvel e cheio de estorias caóticas e cicatrizes.
Um co...
Saídas a dois
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Estava tudo combinado para aquele final de tarde: saía do trabalho direta à
escola, entravamos juntos no carro, sorridentes e enamorados, e seguíamos
para...
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demasiado depressa o silêncio
de braços inertes
não consigo alcançar-te
ou olhar-te sequer
nem colher a tempo tudo o que devia
(tudo o que julgo que de...
Carta a Paris 16 de Março de 2015
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16 de Março 2015
10:07
Está frio. O céu, imenso e de um cinza quase branco, leva-me os sentidos e
a minha vontade. Ainda assim decidi ir a Paris, onde te...
1930-2015
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não chamem logo as funerárias,
cortem-me as veias dos pulsos pra que me saibam bem morto,
medo? só que o sangue vibre ainda na garganta
e qualquer mão e ...
SANTO ANTONINHO DOS ESQUECIDOS
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* para o José Carlos Soares*
O esquecimento tem portões
fechados e velas a acordar
o crepúsculo enquanto o vento
sop...
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Vestiu-se de nevoeiro e foi dançar
pés de musgo
mão na anca e outra estendida no ar
gotas de chuva mansa no olhar
um peso leve
acariciando a terra húmida
em...
Espaço : se alguém disser que morri...
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Robert & Shana Parkeharrison
*se alguém disser que morri, avança até à varanda do céu,*
*escuta a noite e recolhe o meu corpo da espuma dos planetas.*
*nã...
Adorei a fotografia. Posso "roubar"?
ResponderEliminarclaro, aqui pode-se roubar tudo :)
ResponderEliminareu roubei a frase. :)
ResponderEliminarcerteira, como sempre. *
eu sei, ainda bem, Vanessa :))
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