Se um dia me pedires,
juro que te empresto
o meu coração, tal como
guardei na boca o pequeno deus
que te trazia tão curioso.
A sério. Deixo-te tocar nele,
sentir-lhe o peso, atirá-lo
contra a parede para depois
o apanhares e retirares a pele
de pêssego demasiado maduro.
Podes até queimá-lo -
com cuidado, por favor -
quando estiver mais frio;
ou enterrares os restos debaixo
das estrelícias, de propósito
por saberes que não as suporto.
Em troca, promete-me apenas
que depois me deixas fugir
para saber como é isso de
passar o resto da vida desembaraçada
finalmente desse peso morto.
Inês Dias
Mas eu não peço, Inês. :)
ResponderEliminarpelos vistos a Inês é generosa ... :)
ResponderEliminarbom dia, Luís.
(Acho que nunca te disse, mas gosto do teu bom gosto, da forma como "decoras" com imagens os poemas)
ResponderEliminarobrigada Luis, são foto_grafias :)
Eliminarna faças isse
ResponderEliminartens razão, Luis... :)
Eliminar...o coração também se dá...
ResponderEliminare às vezes, sem reservas...
Eliminaré bonito. até se pensarmos o que pode levar alguém a escrever assim... :)
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