Havia meses que não escrevia
nem um único poema.
Vivia com humildade, lendo os jornais,
pensando no enigma do poder
e nas causas da obediência.
Olhava para os pores-do-sol
(escarlates, cheios de inquietação),
escutava o emudecimento das vozes dos pássaros
e o silêncio da noite.
Via os girassóis a pendurarem
as cabeças ao lusco-fusco, como se um carrasco distraído
passeasse por entre os jardins.
No parapeito recolhia-se
a doce poeira de Setembro enquanto os lagartos
se escondiam nas curvaturas dos muros.
Dava longos passeios,
sedento duma coisa só:
dum relâmpago,
duma mudança,
de ti.
Adam Zagajewski
Vou roubar, achei lindo.
ResponderEliminarBeijinhos *
que bom :)
Eliminarbeijinhos :*
Tudo pelo melhor
ResponderEliminarbom tudo, Mar
Eliminarsedentos somos todos
ResponderEliminarnão sei é se será de coisas diferentes, ou se no fundo é sempre a mesma
Sempre a mesma, Luís.
EliminarFeliz Natal.