hoje venho dizer-te que nevou no rosto familiar que te esperava
não é nada, meu amor, foi um pássaro
a casca do tempo que caiu,
uma lágrima,
um barco,
uma palavra.
foi apenas mais um dia que passou entre arcos e arcos de solidão;
a curva dos teus olhos que se fechou,
uma gota de orvalho,
uma só gota,
secretamente morta na tua mão.
eugénio de andrade
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