domingo, 4 de abril de 2010

a tua ausência dói















































Quero dizer-te uma coisa simples: a tua
ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não
magoa, que se limita à alma; mas que não deixa,
por isso, de deixar alguns sinais – um peso
nos olhos, no lugar da tua imagem, e
um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes
tivessem roubado o tacto. São estas as formas
do amor, podia dizer-te; e acrescentar que
as coisas simples também podem ser
complicadas, quando nos damos conta da
diferença entre o sonho e a realidade. Porém,
é o sonho que me traz a tua memória; e a
realidade aproxima-me de ti, agora que
os dias correm mais depressa, e as palavras
ficam presas numa refracção de instantes,
quando a tua voz me chama de dentro de
mim – e me faz responder-te uma coisa simples,
como dizer que a tua ausência me dói.








 
Nuno Júdice, Pedro, Lembrando Inês












3 comentários:

  1. ... tenho
    tanta pena de perder um instante dos teus cabelos...


    «A tua ausência é, em cada momento, a tua ausência.
    não esqueço que os teus lábios existem longe de mim.
    aqui há casas vazias. há cidades desertas. há lugares.
    mas eu lembro que o tempo é outra coisa, e tenho
    tanta pena de perder um instante dos teus cabelos.
    aqui não há palavras. há a tua ausência. há o medo sem os
    teus lábios, sem os teus cabelos. fecho os olhos para te ver
    e para não chorar.»

    José Luis Peixoto

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  2. Paula, pode não ser grande coisa, até concordo... mas estou aqui.




    |@
    é sexta-feira de verão... deixa o sol entrar e aqueça-se à alguma sombra.

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  3. é bom sabê-la aí. hoje chove aqui. ainda bem, aconchega.

    boa sexta para aí, vespera de sábado, de descanso.
    beijo
    paula

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