terça-feira, 15 de junho de 2010

e corro para a rua

























hesito muito antes da palavra.
porque um precipício se abre nela
e não tem sentido,vibra apenas.
porque pode ser a morte
ou o nascimento para um lugar
de cores e fadas e barcos de sol.
porque me doem as mãos
cada vez que tento segurar
o mundo em traços redondos quadrados.



por isso te digo:hesito e morro e nasço.
e corro para a rua com a força de quem
vai anunciar gritar chamar dizer.
mas lá fora sorrio apenas
enquanto caminho para um banco
de jardim, devagarinho,
como se por um momento
eu soubesse o nome de tudo
e tudo tivesse o mesmo nome.







vasco gato



















2 comentários:

  1. conheci-o de ti, deste mesmo lugar. foste tu que mo apresentaste, a pele e os olhos dele. indicaste-me um caminho por onde queria muito ir. e fui, já sozinha, procurá-lo. encontrei-o. e de alguma forma bonita, num outro encontro nosso, de nós as duas, fui eu quem te mostrou uma particularidade qualquer dele, na qual ainda não tinhas reparado. :)
    gosto disto. como de como nos assimilamos todos uns aos outros, nas sensibilidades. deste pseudo-suave-canibalismo. o vasco gato nem sabe nem sonha. :) no fundo foi ele que nos apresentou a nós, não foi?

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  2. 'pseudo-suave-canibalismo' - fizeste-me rir. mas é isso mesmo, alimentamo-nos uns dos outros.
    pois foi ele que nos apresentou, foi. pois então ficaremos.

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