domingo, 21 de agosto de 2011

chegaste



















chegaste donde o medo tecia os meus cabelos
donde os pássaros ardiam a voz
donde só o silêncio se desconhecia
era tão larga a morte
que não se podia ver dos meus olhos

chegaste quando o fim sangrava dos meus braços
a casa soterrou-me dos teus passos
terra de mim todo
chegaste pelo coração de água da noite
quando o mistério escorre em grito pelos telhados
e Deus se desabita

chegaste tão de dentro de mim mesmo
que agora que a morte me nasce na garganta
a noite e o meu rosto são alguém
que eu próprio desconheço







Pedro Sena-Lino


















6 comentários:

  1. para este, já me vieram as palavras:
    vou @r

    [e um pontinho em cima de uma vírgula e o lado direito de um parênteses]

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  2. @ar, linda palavra... ladrão que @ a ladrão ...

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  3. antigamente escrevia roubar, mas depois vinha o rato e ficava r-ub-r ou -ou-ar...
    a solução foi o @r, que passa disfarçado (consta que ele não percebe tratar-se de uma palavra)

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  4. eu não me fiava, olhe que ele é fino como um rato... durma bem ... tenha cuidado, eles às vezes roem narizes...

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  5. obrigado pelas suas palavras tão reconfortantes... é deveras tranquilizador esse pensamento, de ficar com o nariz roído durante a noite

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  6. não seria o primeiro caso
    eu já experimentei a sensação de me passar um rato por cima da cara enquanto dormia... acordei , claro... boa noite, senão o rato rói-me o sono, dois pontos seguidos de parêntesis direito.

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