Haverá talvez um modo de amanhecer
que revele nos olhos o secreto ardor
com que se levanta o trigo enorme.
Haverá talvez um lago que a noite não toque
e de dia em dia, como ontem, como amanhã,
cante a mulher que ali foi ver nascer o filho.
Haverá talvez um suor que não o do sacrifício
e com o qual a pele cintile como uma borboleta
que vem descendo o céu até à flor dos teus lábios.
Haverá talvez uma fala onde nos poderemos encontrar
sem que a tua mão esqueça a minha, sem que o sorriso
esconda o vazio, uma fala que só possa e saiba dizer nós.
Haverá talvez um poema em que o soluço aperte as veias
como o rio aperta o mar, um poema em que eu e tu
dormimos sobre o luminoso esplendor do universo.
Vasco Gato
E haverá sempre um talvez.
ResponderEliminarPorque sem ele a poesia desmaia.
A terra onde ele é plantado fecunda.
Alertado pelo cerco das certezas,
tendeu o talvez a ser apenas um fio.
Mas talvez ele retome o seu espaço,
em outro local, interior, seguro.
Talvez...talvez.
Talvez Djabal, um talvez com todas as possibilidades em aberto...
ResponderEliminarah... este conhecia.
ResponderEliminare até já o tinha agendado para um dos próximos dias.
:)
antecipei-me josé luis.
ResponderEliminareu não tenho nada agendado, nunca agendo por aqui. às vezes ficam-me debaixo de olho...
agendado é realmente um exagero. também não agendo grande coisa. é como diz, são poemas que ficam a pairar, sabemos que gostamos deles e que mais tarde ou mais cedo aparecerão no mural...
ResponderEliminarexactamente, como aqueles que lhe hei-de roubar:))
ResponderEliminarbed time! boa noite!
pode levar os que quiser. boa noite.
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