Platão, Íon
-
* Com efeito, os poetas dizem-nos, não é verdade, que é em fontes de
mel, em certos jardins e pequenos vales das Musas que eles colhem os versos
...
Continuar o vinte cinco no dia vinte seis...
-
Por tudo o que tenho lido e ouvido (as conferências a que assisti na sede
da Associação 25 de Abril, com alguns dos protagonistas, convidado pelo meu
sa...
Mar Agitado
-
...
Sinto o teu corpo como sendo um mar agitado
Fresco como a neve, tão quente, como o lume
No silêncio da noite,, surge o abraço apertado
No som das pa...
antónio osório / não é a tristeza um dom
-
Não é a tristeza um dom,
e eu não a tinha.
Meus pais deram-me aquilo
que podiam, alma
da sua diversa.
Sou eu, neste almofariz,
que esmago sementes m...
Versões: Boris Pasternak
-
* Dias únicos*
Dos invernos passados, recordo
os primeiros dias de sol:
eram irrepetíveis e sempre
e sem fim se repetiam.
Pouco a pouco, com o passar
do...
BLOGUEANDO POR AÍ
-
*«Estou aqui a comemorar o vinte e cinco de Novembro porque, antes de mais,
sou dado a comemorações e, além disso, o vinte e cinco de Novembro é o
trice...
Escrever em Buenos Aires
-
Quando fui a Buenos Aires visitar um amigo que infelizmente perdi para uma
doença, o Malba, que é um museu excepcional, era ainda muito recente. Esse
meu...
Miguel Martins (Naquele dia choveu ao contrário)
-
(2)
Naquele dia choveu ao contrário
a chuva fina e o seu silvo subiam do chão
e eu caindo da janela
sem um raio de sol que me amparasse.
MIGUEL MART...
permanecendo...
-
*Eis que morrestes - agora já não bate *
*O vosso coração cujo bater *
*Dava ritmo e esperança ao meu viver *
*Agora estais perdidos para mim *
*- O olhar nã...
a vida passa
-
os meus olhos ensonados cruzam o texto e deparam com as palavras 'a vida
passa...'. e eu que nunca senti que a vida passasse, dou comigo a pensar
q...
UMA VIDA
-
Se é curioso e gosta de explorar, talvez tenha sido uma criança cheia de
perguntas, sempre querendo entender como o mundo funciona. Se é mais
artístico, ...
A CASA ESTAVA SILENCIOSA E O MUNDO ESTAVA CALMO
-
A casa estava silenciosa e o mundo estava calmo O leitor tornava-se no
livro; e a noite de verão Era como a essência consciente do livro. A casa
estava sil...
O culto do galo
-
Entre o bacalhau à minhota e as rabanadas ensopadas em aguardente, os
clientes de Senhor Basílio não podem evitar sentir-se observados. São
dezenas de galo...
o único poema
-
*Não sei por onde andas agora *
*lembro-te cada vez mais longe*
* em dias assim, de chuva, de noite*
* fechado nisto que não mudou *
*Vejo-te às vezes...
-
Entre o barulho acha-se hoje uma epopeia
nos ruídos que se perseguem, entre as frases
abertas como navalhas, ou neste copo
que me deixa nos lábios o gosto
...
Malabarismo
-
O sangue gasta-se, o osso salva-se.
Diz algumas palavras, atira alguma poeira –
Faz a sesta há muito devida
para a queda e decadência.
O futuro não ...
-
Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te vou perdendo a noção desta
subtileza. Aqui chegado até eu venho ver se me apareço e o fato com que
virei pre...
Tragédia no Mar
-
"Tragédia no Mar" é a denominação do feliz grupo escultórico de José João
Brito, visto aqui na tarde de hoje. Inspirado numa tela de Augusto Gomes, o
monum...
Scherezada o la construcción de la libertad
-
Hace 20 años creía que eran muchas las cosas que debía decir, hoy pienso
que lo que quiero decir no es tanto. Hace 20 años creía saber más —mucho
más qu...
-
Again it is the image that has suffered. These are all no longer images in
any traditional sense. Not the collage of flat digitality, deep digitality
is pa...
UM LUTO NUMA LUTA COM VITÓRIA DE PIRRO
-
As faixas negras foram penduradas num sinal de luto pela tomada de decisão
do Sr Ministro da saúde. Poucos dias depois o luto desvalorizou porque
algué...
Mariupol – Unlost Hope, de Maksim Litvinov
-
Documentário inspirado nos diários de Nadiya Sukhorukova (Blockade diary of
Nadiya Sukhorukova, entretanto publicados em livro) relata o drama e a
tragédia...
No meio do ruído das coisas.
-
Duas despedidas tristes: a de Paulo Tunhas (1960), filósofo, cronista,
poeta, professor; e a de Luís Carmelo (1954), romancista, professor, poeta,
ensaís...
“To the New Year"
-
With what stillness at last
you appear in the valley
your first sunlight reaching down
to touch the tips of a few
high leaves that do not stir
as though they...
How it ends
-
devotchka | how it ends
quem nos parte deixa para trás um rasto de coisas por nomear. dizemos
este é o rio em que te miravas, a tarde alongando-se pa...
A.M. PIRES CABRAL
-
EU NÃO FUI SEMPRE ASSIM
Eu não fui sempre assim. Eu fiquei assim
no dia em que encontrei no meu pratinho
de arroz-doce
um pêlo do bigode de Giordano Bruno...
A minha morte, não ta dou
-
A minha morte, não ta dou.
De resto, tiveste tudo
- a flor, a sesta, o lusco-fusco,
a inquietação do dia 8,
as órbitas das mães, das mãos,
das curiosas pala...
Os simples
-
Acabaram-se talvez os excessos e os impulsosDissipámo-nos na luz como uma
sombra.Mas as palavras continuam feridas e comovem-seem presenças verticais
no ve...
Que seja eterno
-
Mas de nenhum destes modos te sei amar, tão fraco ou inábil é o meu
coração, de modo que, por o meu amor não ser perfeito, tenho de me
contentar que seja e...
azul
-
Um louco senta-se ao meu lado. Fala-me da vida e da pouca vontade com que
asperge os pulmões congestionados com um pouco mais de morte. Lembra-me um
outro ...
Uma Alma Inquieta
-
Eu sabia há três anos que Ela me viria bater à porta a qualquer momento,
mas não sabia como seria informado da sua chegada.
Desde Maio que peço, quase dia...
Pó dos Livros
-
Setembro de 2007, abrimos as portas, e já nessa altura planava sobre nós o
abutre. Nunca passava para cá da linha da porta. No entanto, rondava de
perto...
Bico de pato
-
Durante muitos anos, a primeira coisa que fazia mal chegava a casa, ainda
de sapatos de salto alto calçados, a mala e as mochilas atiradas para um
canto do...
tomorrow never comes (III)
-
Tentava escrever
o esboço - vestígio do corpo,
a macia semente do vento
a traço de giz
da cor do barro, da cor da nuvem carvão;
acontecia o espinho, o p...
-
Um corpo sem véu, despojado do barulho do mundo. Apenas o grão da pele para
o vestir. Um corpo nu, imóvel e cheio de estorias caóticas e cicatrizes.
Um co...
Maria.
-
Não é tempo de nicks. A Maria morreu. Com a elegância discreta que a
caracterizava. Um longo abraço ao Viktor. E uma velha canção mentirosa que
diz a verda...
Cartas do Brasil II
-
Sinto que foste tu que foste embora e que eu nunca sai da zona de embarque
do aeroporto. O beijo que me prometi não aconteceu e eu não parei de sentir
fri...
Saídas a dois
-
Estava tudo combinado para aquele final de tarde: saía do trabalho direta à
escola, entravamos juntos no carro, sorridentes e enamorados, e seguíamos
para...
-
demasiado depressa o silêncio
de braços inertes
não consigo alcançar-te
ou olhar-te sequer
nem colher a tempo tudo o que devia
(tudo o que julgo que dev...
SANTO ANTONINHO DOS ESQUECIDOS
-
* para o José Carlos Soares*
O esquecimento tem portões
fechados e velas a acordar
o crepúsculo enquanto o vento
sop...
-
Vestiu-se de nevoeiro e foi dançar
pés de musgo
mão na anca e outra estendida no ar
gotas de chuva mansa no olhar
um peso leve
acariciando a terra húmida
em...
Espaço : se alguém disser que morri...
-
Robert & Shana Parkeharrison
*se alguém disser que morri, avança até à varanda do céu,*
*escuta a noite e recolhe o meu corpo da espuma dos planetas.*
*nã...
:) *
ResponderEliminarroubadissimo...eu pecadora me confesso :))
ResponderEliminar(adorei)
Nunca é tarde demais para aprender isso.
ResponderEliminarGostei muito.
Prefiro não estar á beira dele...
ResponderEliminartanto em tão pouco.
ResponderEliminare sim, é sempre tempo de aprender, andré.
eu também lilá(s), mas está-se de tantas formas, às vezes.
ResponderEliminarLinguagem:
ResponderEliminarA água escorria
por entre as pedras
um chão sabendo
a aroma de ninhos.
Ponte:
Manoel de Barros
obrigada Djabal!
ResponderEliminar...um chão sabendo a aroma de ninhos...
lindo.