Olhos, espelhos da emoção
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Tantas vezes os olhos espelham a emoção
Silenciosamente, como a fresca aragem
São o espelho dos sentimentos do coração
Que geram amargura, dor, aprendiz...
UMA HIPOTÉTICA VERSÃO
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Dizem que Eça de Queiroz – esse mestre que punha personagens a conversar
como se estivessem numa ceia de paródia e fina ironia – foi convidado para
um “u...
dos anos
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das armadilhas dos anos que passam, parece que difícil é manter o sorriso.
ironicamente os músculos afrouxam no rosto e os cantos dos lábios tombam ...
louise glück / lago na cratera
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Houve uma guerra entre o bem e o mal.
Decidimos que o corpo era o bem.
Isso fez da morte o mal.
E virou a alma
inteiramente contra a morte.
Como um...
NOTÍCIAS DO CIRCOI
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*Sondagem para o JN, TSF e TVI/CNN: Gouveia e Melo é nesta altura o grande
favorito na corrida a Belém.*
*Como se não tivéssemos outras coisas – e tão gr...
A ciência do travão
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Durante anos, considerei-me um condutor exemplar, uma espécie de maestro
das estradas, regendo o trânsito com movimentos precisos do acelerador e
uma delic...
Um poema de Elena Toumazi
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*A Toupeira e o Sol (excerto)*
Não têm tempo para medir
as camadas de pó
que se acumulam e crescem
a cada dia
sobre a confortável cama
mobília de casa...
Eça a mexer
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Eça de Queiroz foi para o Panteão esta semana, onde poderá tero ter
interessantíssimas conversas com Sophia (digo eu), apesar de para já estar
sozinho nu...
nós...
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*Escrever é, para mim, tentar desfazer nós, embora o que na realidade *
*acabo sempre por fazer seja embrulhar ainda mais os fios. A própria *
*caligrafia é ...
Kate Wolf - Eyes of a Painter
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*Gray-haired and flint-eyed, his sunburned face lined*
*Grandpa was a man of few words*
*He had a way of not wanting to say*
*Any more than he thought...
BALADA DA BÓSNIA
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Enquanto te serves de um uísque, esmagas uma barata, olhas para o relógio,
enquanto compões a gravata, há pessoas a morrer. Em cidades com nomes
curiosos, ...
Karmelo C. Iribarren (Melhor assim)
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MELHOR ASSIM
É claro
que há imensas coisas
que ainda te não disse.
O que esperavas?
Se te dissesse tudo de uma vez,
num ataque freudiano de sincerid...
M de Merry Little Christmas (II)
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"[...]
No Natal, uma amiga mandou-me um cartão de boas festas da Unicef com um
Anjo da Anunciação de Fra Angelico. Tenho-o em exposição no meu quarto...
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A partir daqui não conta; é o cansaço
acumulado e alguns reflexos que lhe fogem
e se põem a abusar da imaginação.
Já deves ter ouvido essas histórias,
cois...
PELE DE PAREDE
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Os azulejos de Gilberto Renda são pele de parede,
Os painéis de madeira, nas salas da preciosa Vila Idalina,
Os antigos papeis de parede da Casa Vermelha,
Os...
o amor é para os parvos
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*Inevitável. A palavra certa é inevitável e lembro-me que foi essa a
palavra que me ocorreu enquanto te abraçava e tu me abraçavas a mim. Era
forçoso q...
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Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te vou perdendo a noção desta
subtileza. Aqui chegado até eu venho ver se me apareço e o fato com que
virei pre...
Tragédia no Mar
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"Tragédia no Mar" é a denominação do feliz grupo escultórico de José João
Brito, visto aqui na tarde de hoje. Inspirado numa tela de Augusto Gomes, o
monum...
No meio do ruído das coisas.
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Duas despedidas tristes: a de Paulo Tunhas (1960), filósofo, cronista,
poeta, professor; e a de Luís Carmelo (1954), romancista, professor, poeta,
ensaís...
CARLOS POÇAS FALCÃO
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[TODOS OS DIAS VIAJO PARA A CULPA]
Todos os dias viajo para a culpa.
É lá onde trabalho, movendo e removendo
juízos e vergonhas, vergando-me nas margens
do...
ninguém conhece o infinito
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A culpa é tua se dizes sempre
o mesmo nome
se tens sempre a mesma idade
e a mesma casa, se quando
revelas a tua identidade
é impossível que o céu te explud...
FATIADA
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Era o céu inteirinho que chovia, como se fosse castigo, alagando tudo em
redor.
Como se o mundo se aglomerasse para chorar, acotovelando-se na visão
catas...
POEMAS DE MARGARET RANDALL
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Foto de Robert Giard, 1998.
*Sospecha y parábolas vacías*
Viajamos a alguna parte
pero no tenemos mapa.
Las líneas de mi palma relucen
como corriente el...
Que seja eterno
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Mas de nenhum destes modos te sei amar, tão fraco ou inábil é o meu
coração, de modo que, por o meu amor não ser perfeito, tenho de me
contentar que seja e...
Uma Alma Inquieta
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Eu sabia há três anos que Ela me viria bater à porta a qualquer momento,
mas não sabia como seria informado da sua chegada.
Desde Maio que peço, quase dia...
sem que ele note
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tão longe vai o tempo em que ele morria em mim. acontecia aos poucos, a
imagem dele a querer fugir do meu peito, ele a ausentar-se lentamente dos
meus ...
Tempo
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Eu não amava que botassem data na minha existência. A gente usava mais era
encher o tempo. Nossa data maior era o quando. O quando mandava em nós. A
gente ...
É isto o Amor
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Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que
me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite. É verdade que te podia
dizer: «Como é ma...
Pó dos Livros
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Setembro de 2007, abrimos as portas, e já nessa altura planava sobre nós o
abutre. Nunca passava para cá da linha da porta. No entanto, rondava de
perto...
Burrinho
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Fui à procura de um caderno para escrever. Volto a ter vontade de
escrever. Não quero, não sou capaz, de escrever frases, textos, quero
apenas apontar as ...
o escritor enquanto cão-guia
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Grassa, em lusas terras, já há algum tempo, o paradigma do escritor como
«cão-guia». O leitor ou leitora, pitosga ou mesmo ceguinho deverá ser
levado pela ...
tomorrow never comes (III)
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Tentava escrever
o esboço - vestígio do corpo,
a macia semente do vento
a traço de giz
da cor do barro, da cor da nuvem carvão;
acontecia o espinho, o p...
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Um corpo sem véu, despojado do barulho do mundo. Apenas o grão da pele para
o vestir. Um corpo nu, imóvel e cheio de estorias caóticas e cicatrizes.
Um co...
Saídas a dois
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Estava tudo combinado para aquele final de tarde: saía do trabalho direta à
escola, entravamos juntos no carro, sorridentes e enamorados, e seguíamos
para...
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demasiado depressa o silêncio
de braços inertes
não consigo alcançar-te
ou olhar-te sequer
nem colher a tempo tudo o que devia
(tudo o que julgo que de...
Carta a Paris 16 de Março de 2015
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16 de Março 2015
10:07
Está frio. O céu, imenso e de um cinza quase branco, leva-me os sentidos e
a minha vontade. Ainda assim decidi ir a Paris, onde te...
1930-2015
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não chamem logo as funerárias,
cortem-me as veias dos pulsos pra que me saibam bem morto,
medo? só que o sangue vibre ainda na garganta
e qualquer mão e ...
SANTO ANTONINHO DOS ESQUECIDOS
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* para o José Carlos Soares*
O esquecimento tem portões
fechados e velas a acordar
o crepúsculo enquanto o vento
sop...
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Vestiu-se de nevoeiro e foi dançar
pés de musgo
mão na anca e outra estendida no ar
gotas de chuva mansa no olhar
um peso leve
acariciando a terra húmida
em...
Espaço : se alguém disser que morri...
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Robert & Shana Parkeharrison
*se alguém disser que morri, avança até à varanda do céu,*
*escuta a noite e recolhe o meu corpo da espuma dos planetas.*
*nã...
que coisa mais destroçante essa...LINDO..bj ,,boa noite
ResponderEliminarbom dia, Quim! :)
ResponderEliminarnão sabe como isso é verdade.
ResponderEliminarhttp://youtu.be/cGtjr-U5bT4
A crida podia por ao menos os links de onde vai copiar os poemas
ResponderEliminara querida normalmente põe. o que acontece é que muitas vezes guardo-os numa pasta sem apontar o sítio, outras vezes, são de livros que tenho em casa.
ResponderEliminarsei, josé luís, até sei.
ResponderEliminara música a completar. obrigada :)
Cumpre a este admirador entregar-lhe mais um video
ResponderEliminarO do dia de anos já vai longe...
http://www.youtube.com/embed/XMkaBN3x5AM
Lindo, o vídeo, obrigada Anónimo, vou usá-lo!
ResponderEliminarobrigada mais uma vez, chegou na hora certa!