Agora vai ser assim: nunca mais te verei.
Este facto simples, que todos me dizem ser simples, trivial,
e humano, como um destino orgânico e sensato,
fica em mim como um muro imóvel, um aspecto esquecido
e altivo de todas as coisas, de todas as palavras.
Sempre nos separaram as circunstâncias, e a essência
mesma dos dias, quando entre a relva e a copa das árvores
me esquecia de pensar, e o ar passava
por mim antes de erguer os caules verdes e alimentar
a vida sem imagens da paisagem. Marcávamos férias
em meses diferentes. O fim do ano, a páscoa, calhavam sempre
em outros dias. Tesouras surdas
rompiam o cordão dos telefones, e por engano
urgentes cartas atravessavam o planeta, apareciam
anos depois no arquivo municipal. E mais: a minha idade,
a tua, não poderiam nunca encontrar-se no mundo.
antónio franco alexandre
ah, este tenho que pedir emprestado...
ResponderEliminarUma cadeia de desencontros premeditados...os chamados homicídios de amor....amo estar aqui e viajar...bj
ResponderEliminarpode-o levar, a todos, nenhum é meu...
ResponderEliminarainda bem que gosta Quim, bom fim de domingo!
ResponderEliminarBoa noite
ResponderEliminarUm excelente exposição sobre o tempo e o modo de duas pessoas com opções desfasadas.
Bjs
boa noite JPD, desencontros... tantos.
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