quarta-feira, 26 de maio de 2010

Cala-te

































 



Cala-te, a luz arde entre os lábios,
e o amor não contempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
essa perna é tua?, esse braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua, morreria
agora se mo pedisses, dorme,
nunca o amor foi fácil, nunca,
também a terra morre.







Eugenio de Andrade








2 comentários:

  1. "Preciso que me olhes nos olhos
    Que me decifres em ti
    E me sintas, além do toque

    Preciso que me olhes nos olhos
    Que te deites desperto em mim
    E me proves, além dos beijos

    Preciso que me olhes nos olhos
    Que te atires em meus braços
    E me bebas, além dos meus cheiros

    Preciso que me olhes nos olhos
    Que me dedilhes com os dedos do coração
    E me encantes, além dos desejos

    Preciso que me olhes nos olhos
    Que me dispas em teus lábios
    E me conheças, além das palavras

    Preciso que me olhes nos olhos
    Que me arranques suspiros e tremores
    E teu gosto fique em mim, depois do amor..."
    Fernanda Guimarães

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  2. O amor é o amor- e depois?!
    Vamos ficar os dois
    a imaginar, a imaginar?…
    O meu peito contra o teu peito,
    cortando o mar, cortando o ar.
    Num leito
    há todo o espaço para amar!
    Na nossa carne estamos
    sem destino, sem medo, sem pudor,
    e trocamos- somos um? somos dois?-
    espírito e calor!
    O amor é o amor- e depois?!

    Alexandre O’Neill

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