Cala-te, a luz arde entre os lábios,
e o amor não contempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
essa perna é tua?, esse braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua, morreria
agora se mo pedisses, dorme,
nunca o amor foi fácil, nunca,
também a terra morre.
Eugenio de Andrade
"Preciso que me olhes nos olhos
ResponderEliminarQue me decifres em ti
E me sintas, além do toque
Preciso que me olhes nos olhos
Que te deites desperto em mim
E me proves, além dos beijos
Preciso que me olhes nos olhos
Que te atires em meus braços
E me bebas, além dos meus cheiros
Preciso que me olhes nos olhos
Que me dedilhes com os dedos do coração
E me encantes, além dos desejos
Preciso que me olhes nos olhos
Que me dispas em teus lábios
E me conheças, além das palavras
Preciso que me olhes nos olhos
Que me arranques suspiros e tremores
E teu gosto fique em mim, depois do amor..."
Fernanda Guimarães
O amor é o amor- e depois?!
ResponderEliminarVamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?…
O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!
Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor,
e trocamos- somos um? somos dois?-
espírito e calor!
O amor é o amor- e depois?!
Alexandre O’Neill