Se ao menos soubesses tudo o que eu não disse
ou se ao menos me desses as mãos como quem beija
e não partisses, assim, empurrando o vento
com o coração aflito, sufocado de segredos;
se ao menos percebesses que eram nossos
todos os bancos de todos os jardins;
se ao menos guardasses nos teus gestos essa bandeira de lirismo
que ambos empunhamos na cidade clandestina
Quando as manhas cheiravam a óleo e a flores
e o inverno espreitava ainda nas esquinas como uma criança tremendo;
se ao menos tivesses levado as minhas mãos para tocar os teus dedos
para guardar o teu corpo;
se ao menos tivesses quebrado o riso frio dos espelhos
onde o teu rosto se esconde no meu rosto
e a minha boca lembra a tua despedida,
talvez que, hoje, meu amor, eu pudesse esquecer
essa cor perdida nos teus olhos.
Joaquim Pessoa
"Esta noite sonhei oferecer-te o anel de Saturno
ResponderEliminare quase ia morrendo com o receio que ele não
te coubesse no dedo"
Jorge de Sousa Braga
sonhar - a dormir - é a minha especialidade
ResponderEliminarbons sonhos Vasco
(curioso troco victor por vasco mas não troco vasco por victor)
Sonhar, também acordado, sou perito :)
ResponderEliminarGosto que troques, para poder assinar (teu) Vasco
E tiro só um bocadinho de um poema para o transformar em prosar e dizer como escrevo... como te escrevo "Escrevo com os dedos ainda longos da carícia"
Jorge de Sousa Braga
Um nenúfar flutua
ResponderEliminarna mesma água
que a lua