É tarde, falta aprender a deitar fora a madeira da alma,
a não contaminar os animais com o vírus
das metáforas sombrias. Falta talvez ser tarde,
mas o homem expulsou-se do paraíso
e cresceram-lhe orelhas para escutar a morte.
Como pode olhar de frente o rosto da criança,
com que sol se senta ao sol das maravilhas?
Fala comigo um pouco mais. Ainda há passos
que não demos, há trilhos que os ciganos deixaram
para nós, há migalhas de pão pelos caminhos
e talvez seja a hora de fazer com elas umas migas,
de pedir ao mágico que tire do chapéu um vinho
graduado, um coronel meio surdo a quem Alice
perguntará as horas ou o capuchinho chamará «avó».
Antes de sermos definitivamente comidos pelo lobo
escuta como se aproxima o próximo poema.
a não contaminar os animais com o vírus
das metáforas sombrias. Falta talvez ser tarde,
mas o homem expulsou-se do paraíso
e cresceram-lhe orelhas para escutar a morte.
Como pode olhar de frente o rosto da criança,
com que sol se senta ao sol das maravilhas?
Fala comigo um pouco mais. Ainda há passos
que não demos, há trilhos que os ciganos deixaram
para nós, há migalhas de pão pelos caminhos
e talvez seja a hora de fazer com elas umas migas,
de pedir ao mágico que tire do chapéu um vinho
graduado, um coronel meio surdo a quem Alice
perguntará as horas ou o capuchinho chamará «avó».
Antes de sermos definitivamente comidos pelo lobo
escuta como se aproxima o próximo poema.
Rosa Alice Branco
Volta até mim no silêncio da noite
ResponderEliminara tua voz que eu amo, e as tuas palavras
que eu não esqueço. Volta até mim
para que a tua ausência não embacie
o vidro da memória, nem o transforme
no espelho baço dos meus olhos. Volta
com os teus lábios cujo beijo sonhei num estuário
vestido com a mortalha da névoa; e traz
contigo a maré da manhã com que
todos os náufragos sonharam
Nuno Júdice
obrigada V. não tinha, agora tenho :)
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