domingo, 19 de março de 2017

ausentes















Eu, Rosie, eu se falasse eu dir-te-ia
Que partout, everywhere, em toda a parte,
A vida égale, idêntica, the same,
É sempre um esforço inútil,
Um voo cego a nada.
Mas dancemos; dancemos
Já que temos
A valsa começada
E o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.
Tu pensas
Nas vantagens imensas
De um par
Que paga sem falar;
Eu, nauseado e grogue,
Eu penso, vê lá bem,
Em Arles e na orelha de Van Gogh...
E assim entre o que eu penso e o que tu sentes
A ponte que nos une - é estar ausentes.




Reinaldo Ferreira

















8 comentários:

  1. Gostei do poema, Ana.

    (este Reinaldo Ferreira é o Repórter X?)

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    Respostas
    1. ainda bem, Luís.
      (não sei quem é o Repórter X...)

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    2. É um jornalista antigo, da primeira metade do século XX, Ana.

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  2. Ocorre-me Pessoa, no papel de Alexander Search:

    «Here is the same as there, my friend,
    All places in this world are like.»

    Boa semana, ana.
    Bj

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  3. os ausentes nunca são


    perdão, nunca estão

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