OLHAR AS CAPAS
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*Os Prazeres de Alfredo Saramago*
*Alfredo Saramago*
*Colecçaõ Peninsulares nº 49*
*Assírio & Alvim, Lisboa, Maio de 1999*
*Desde a antiguidade que a ...
Deixa que o amor se solte
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Olha-me nos olhos e depois, deixa-os fechar
Permite que com ternura o teu corpo desnude
No silêncio das palavras deixa o coração falar
Deixa que ao am...
Os anos passam tão depressa e tão devagar
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Sim, é uma sensação estranha e fascinante. O tempo parece correr, os anos
voam, e, quando olhamos para trás, parece que tudo passou num piscar de
olhos. ...
emanuel jorge botelho / quase aforismo
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percebi cedo que o mundo doía.
o medo ainda não tinha nome,
quando lhe paguei, com lágrimas,
o primeiro dízimo.
depois, foi só crescer.
*emanu...
A CHOCAR DE NOVO
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Pobres velhos sentados num banco ao sol, as costas no muro, o cabelo
grisalho, as roupas escuras, as faces pálidas, com os olhos cansados e bons
vendo a az...
O poeta está de parabéns
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Não é muito comum um poeta ganhar o Prémio Pessoa, mas aconteceu há dois
anos a João Luís Barreto Guimarães, um cirurgião plástico do Porto com obra
exte...
O medo no uso das palavras...
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Cada vez se fala mais em surdina nas ruas, especialmente quando se utilizam
as "palavras proibidas", de uma lista cada vez mais longa, numa sociedade
ch...
Olha...
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*Olha*...
disse ela, puxando-o pela mão e apontando para o céu
*Olha... vê este azul... este azul improvável...*
Enquanto, de braços abertos, rod...
veias de linho
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há algo de sagrado no fio que se desfaz como se cada rasgo sussurrasse um
adeus o tecido guarda, em silêncio, as histórias que não precisaram de voz
para v...
note(d).
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*The river is famous to the fish. *
*The loud voice is famous to silence, *
*which knew it would inherit the earth *
*before anybody said so. *
*The cat sl...
Manuel Resende (Sai de casa)
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SAI DE CASA
Rasga este poema depois de o leres.
E depois espalha os bocados
pelo vasto mundo
ou então na tua rua, vai à aldeia, à praia,
a...
o único poema
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*Não sei por onde andas agora *
*lembro-te cada vez mais longe*
* em dias assim, de chuva, de noite*
* fechado nisto que não mudou *
*Vejo-te às vezes...
Calendário
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No espaço de um mês, é a terceira vez que o pessoal não docente
(Assistentes Operacionais e Assistentes Técnicos) da minha escola adere a
uma greve. ...
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Entre o barulho acha-se hoje uma epopeia
nos ruídos que se perseguem, entre as frases
abertas como navalhas, ou neste copo
que me deixa nos lábios o gosto
...
Malabarismo
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O sangue gasta-se, o osso salva-se.
Diz algumas palavras, atira alguma poeira –
Faz a sesta há muito devida
para a queda e decadência.
O futuro não ...
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Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te vou perdendo a noção desta
subtileza. Aqui chegado até eu venho ver se me apareço e o fato com que
virei pre...
Tragédia no Mar
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"Tragédia no Mar" é a denominação do feliz grupo escultórico de José João
Brito, visto aqui na tarde de hoje. Inspirado numa tela de Augusto Gomes, o
monum...
Scherezada o la construcción de la libertad
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Hace 20 años creía que eran muchas las cosas que debía decir, hoy pienso
que lo que quiero decir no es tanto. Hace 20 años creía saber más —mucho
más qu...
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Again it is the image that has suffered. These are all no longer images in
any traditional sense. Not the collage of flat digitality, deep digitality
is pa...
UM LUTO NUMA LUTA COM VITÓRIA DE PIRRO
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As faixas negras foram penduradas num sinal de luto pela tomada de decisão
do Sr Ministro da saúde. Poucos dias depois o luto desvalorizou porque
algué...
Mariupol – Unlost Hope, de Maksim Litvinov
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Documentário inspirado nos diários de Nadiya Sukhorukova (Blockade diary of
Nadiya Sukhorukova, entretanto publicados em livro) relata o drama e a
tragédia...
No meio do ruído das coisas.
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Duas despedidas tristes: a de Paulo Tunhas (1960), filósofo, cronista,
poeta, professor; e a de Luís Carmelo (1954), romancista, professor, poeta,
ensaís...
“To the New Year"
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With what stillness at last
you appear in the valley
your first sunlight reaching down
to touch the tips of a few
high leaves that do not stir
as though they...
How it ends
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devotchka | how it ends
quem nos parte deixa para trás um rasto de coisas por nomear. dizemos
este é o rio em que te miravas, a tarde alongando-se pa...
A.M. PIRES CABRAL
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EU NÃO FUI SEMPRE ASSIM
Eu não fui sempre assim. Eu fiquei assim
no dia em que encontrei no meu pratinho
de arroz-doce
um pêlo do bigode de Giordano Bruno...
A minha morte, não ta dou
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A minha morte, não ta dou.
De resto, tiveste tudo
- a flor, a sesta, o lusco-fusco,
a inquietação do dia 8,
as órbitas das mães, das mãos,
das curiosas pala...
Os simples
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Acabaram-se talvez os excessos e os impulsosDissipámo-nos na luz como uma
sombra.Mas as palavras continuam feridas e comovem-seem presenças verticais
no ve...
Que seja eterno
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Mas de nenhum destes modos te sei amar, tão fraco ou inábil é o meu
coração, de modo que, por o meu amor não ser perfeito, tenho de me
contentar que seja e...
azul
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Um louco senta-se ao meu lado. Fala-me da vida e da pouca vontade com que
asperge os pulmões congestionados com um pouco mais de morte. Lembra-me um
outro ...
Uma Alma Inquieta
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Eu sabia há três anos que Ela me viria bater à porta a qualquer momento,
mas não sabia como seria informado da sua chegada.
Desde Maio que peço, quase dia...
Pó dos Livros
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Setembro de 2007, abrimos as portas, e já nessa altura planava sobre nós o
abutre. Nunca passava para cá da linha da porta. No entanto, rondava de
perto...
Bico de pato
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Durante muitos anos, a primeira coisa que fazia mal chegava a casa, ainda
de sapatos de salto alto calçados, a mala e as mochilas atiradas para um
canto do...
tomorrow never comes (III)
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Tentava escrever
o esboço - vestígio do corpo,
a macia semente do vento
a traço de giz
da cor do barro, da cor da nuvem carvão;
acontecia o espinho, o p...
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Um corpo sem véu, despojado do barulho do mundo. Apenas o grão da pele para
o vestir. Um corpo nu, imóvel e cheio de estorias caóticas e cicatrizes.
Um co...
Maria.
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Não é tempo de nicks. A Maria morreu. Com a elegância discreta que a
caracterizava. Um longo abraço ao Viktor. E uma velha canção mentirosa que
diz a verda...
Cartas do Brasil II
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Sinto que foste tu que foste embora e que eu nunca sai da zona de embarque
do aeroporto. O beijo que me prometi não aconteceu e eu não parei de sentir
fri...
Saídas a dois
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Estava tudo combinado para aquele final de tarde: saía do trabalho direta à
escola, entravamos juntos no carro, sorridentes e enamorados, e seguíamos
para...
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demasiado depressa o silêncio
de braços inertes
não consigo alcançar-te
ou olhar-te sequer
nem colher a tempo tudo o que devia
(tudo o que julgo que dev...
SANTO ANTONINHO DOS ESQUECIDOS
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* para o José Carlos Soares*
O esquecimento tem portões
fechados e velas a acordar
o crepúsculo enquanto o vento
sop...
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Vestiu-se de nevoeiro e foi dançar
pés de musgo
mão na anca e outra estendida no ar
gotas de chuva mansa no olhar
um peso leve
acariciando a terra húmida
em...
Espaço : se alguém disser que morri...
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Robert & Shana Parkeharrison
*se alguém disser que morri, avança até à varanda do céu,*
*escuta a noite e recolhe o meu corpo da espuma dos planetas.*
*nã...
...mas não faça férias de você!
ResponderEliminarResista. Resista!
!@
Um beijo, pelas férias.
Outro beijo, pelo domingo.
E mais um, pela resistência.
epee, repito
ResponderEliminar'É tão difícil guardar um rio
quando ele corre
dentro de nós.'
resistiremos, pois, espero.
as férias, são cá dentro, o trabalho continua. e sabe? acho que ainda bem que continua.
abraçoGrande
Bom domingo, Paula.
ResponderEliminarbom domingo epee e obrigada por ser, assim.
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