quarta-feira, 12 de maio de 2010

chamo por ti





















Como se o teu amor tivesse outro nome no teu nome,
chamo por ti; e o som do que digo é o amor
que ao teu corpo substitui a doçura de um pronome
- tu, a sílaba única de uma eclosão de flor.
Diz-me, então, por que vens ter comigo
no puro despertar da minha solidão?
E que murmúrio lento de uma cantiga de amigo
nos repete o amor numa insistência de refrão?
É como se nada tivesse para te dizer
quando tu és tudo o que me habita os lábios:
linguagem breve de gestos sábios
que os teus olhos me dão para beber.








Nuno Júdice

































3 comentários:

  1. Vasco... para ti sou Vasco, és a única pessoa para quem o sou :)
    Acho que já te disse que adoro receber flores e fico com essas como se fossem para mim. E venhop ter contigo porque me sinto bem neste espaço, no teu canto, mesmo que venha de mãos vazias "Hoje roubei todas as rosas dos jardins e cheguei ao pé de ti de mãos vazias" (Eugénio de Andrade)

    E são palavras.. e gosto imenso das tuas palavras, e as minha serão? De onde me chegarão as palavras?

    Vasco (teu)

    De onde me chegam estas palavras?

    Nunca houve palavras para gritar a tua ausência

    Apenas o coração
    Pulsando a solidão antes de ti
    Quando o teu rosto dóia no meu rosto
    E eu descobri as minhas mãos sem as tuas
    E os teus olhos não eram mais
    que um lugar escondido onde a primavera
    refaz o seu vestido de corolas.

    E não havia um nome para a tua ausência.

    Mas tu vieste.

    Do coração da noite?
    Dos braços da manhã?
    Dos bosques do Outono?

    Tu vieste.
    E acordas todas as horas.
    Preenches todos os minutos.
    acendes todas as fogueiras
    escreves todas as palavras.

    Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos
    quando toco o teu corpo e habito em ti
    e a noite não existe
    porque as nossas bocas acendem na madrugada
    uma aurora de beijos.

    Oh, meu amor,
    doem-me os braços de te abraçar,
    trago as mãos acesas,
    a boca desfeita
    e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
    o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos
    e se perde depois numa estrada deserta
    por onde caminhas nua.

    Joaquim Pessoa

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  2. as minhas palavras têm sido as que tu me mandas

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  3. agora, 'Guardo a tua voz dentro de mim.
    E deixo as rosas. Boa noite. Eu vou com as aves'
    eugénio de a.

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