Digo-te por isso
que não me obrigues à luz.
Que escrever não é fácil,
que viver não é fácil
quando começamos a frase a meio.
Que lavo a cara ao chegar tão tarde
e mesmo assim o dia não se despega,
e mesmo assim
tu não estás, ninguém está.
Que não tenho espaço na minha secretária,
na minha vida, na minha cama
para tanto espaço.
Que já me disseram urbana,
e nem por isso me disseram decadente,
e que eu gostei.
Que já me disseram
muitas vezes
disfarçadamente triste,
e que por isso, por ser triste, por
sermos todos tristes, não mo deviam dizer.
Digo-te por isso
que não era minha intenção dizer-te mais uns versos
tristes e sem luz, e por isso, só por isso,
não era minha intenção dizer-te nada.
Filipa Leal
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEu estou... estou sempre por aqui como vês :) e mesmo assim há tanto que não sei de ti... não sei, por exemplo, "de que cor são os navios quando naufragam no meio dos teus braços..."
ResponderEliminarCom em beijo, Vasco (teu)
"Não sei de que cor são os navios
quando naufragam no meio dos teus braços
sei que há um corpo nunca encontrado algures no mar
e que esse corpo vivo é o teu corpo imaterial
a tua promessa nos mastros de todos os veleiros
a ilha perfumada das tuas pernas
o teu ventre de conchas e corais
a gruta onde me esperas
com teus lábios de espuma e de salsugem
os teus naufrágios
e a grande equação do vento e da viagem
onde o acaso floresce com seus espelhos
seus indícios de rosa e descoberta.
Não sei de que cor é essa linha
onde se cruza a lua e a mastreação
mas sei que em cada rua há uma esquina
uma abertura entre a rotina e a maravilha
há uma hora de fogo para o azul
a hora em que te encontro e não te encontro
há um ângulo ao contrário
uma geometria mágica onde tudo pode ser possível
há um mar imaginário aberto em cada página
não me venham dizer que nunca mais
as rotas nascem do desejo
e eu quero o cruzeiro do sul das tuas mãos
quero o teu nome escrito nas marés
nesta cidade onde no sítio mais absurdo
num sentido proibido ou num semáforo
todos os poentes me dizem quem tu és."
Manuel Alegre
sempre aqui, não. há 'a hora em que te encontro e não te encontro(...)há um mar imaginário aberto em cada página', e, não, não naufragam navios nos meio dos meus braços, e quanto a manuel alegre, não gosto tanto assim, tenho que entender o que leio e ele escreve para dentro dele, não para fora.
ResponderEliminarfica bem vasco.
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ResponderEliminarhá sempre dias, páginas em branco para escrever, reescrever e até para deixar estar.
ResponderEliminarhá sempre frases para completar ou alterar, é como a vida epee, tudo partículas da vida inteira.
às vezes epee, a não publicação de comentários é falha no blogger...
ResponderEliminaraprendemos bem, é com as cabeçadas que damos, não é. digo sempre, só a doer é que se aprende mesmo
ResponderEliminarepee, quando não fala por palavras, fala por imagens, não esqueça. há tantas formas diferentes de linguagem, de expressão. não necessariamente palavras
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ResponderEliminarnão sendo minha intenção em dizer-te nada, acabei dizendo...
ResponderEliminar@|
um abraço, Paula e obrigada.
epee, o blogger não está a editar comentários.
ResponderEliminarse quiser que eu apague diga.
eu sei muito bem que a vida doi às vezes de um jeito em que viver cansa tanto que se tem vontade de não continuar. mas faça como eu por favor, um pé atras do outro, um passo atrás do outro, dê de cada vez mais um dia à sua vida, um de cada vez...a vida muda, saibamos esperar.
força epee, dê uma oportunidade à vida.