quarta-feira, 12 de outubro de 2011

não vais nunca entender
















Escrevo, decerto, por qualquer
razão inútil que não vais nunca entender.
Surgem as frases, vês, desconhecidos
que no bar do acaso encontro e são
as tuas mãos a escrever por mim.


Minto-lhes, digo que só te amo
a ti, eles riem e pedem-me pra ficar,
que sim, que a noite ainda é uma pequena
musa no breve altar venal do coração.


Fico. Dou à boca o jeito do cigarro
e é em fumo que transformo o corredor
de imagens, metáforas, pequenos desvios de
ritmo mais pobre ou queda sempre a pique
em sentido nenhum. Às vezes, sabes, é mais
difícil descobrir que o amor, como o cigarro,
quando se acende é que começa
a iluminar o fim.









rui costa










4 comentários:

  1. A imagem a ilustrar o poema... o poema! E o poder de decisão entre o que escolher. A metáfora ou os olhos. A linguagem ou a expressão. Ou mesmo o silêncio.

    ¬
    Feliz dia do meio, Paulinha.

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  2. é verdade epee, às vezes o silêncio diz muito mais.
    é sim, o dia do meio e ainda tanto por e para fazer!
    boa quarta, epee!

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  3. Excelente texto.

    É muito gratificante passar por aqui.

    Saudações

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