sexta-feira, 10 de abril de 2015

Aquilo que sobrou de ti cabe-me nos bolsos




















Antes não nos pesava
o passado, colhíamos os dias
ainda verdes, a frescura da sua polpa
na vontade dos nossos dedos.
Depois vieram os sinais
dos primeiros cansaços sem remédio,
a noite fincou-se nas pedras,
fez-se de estorvos.
Aquilo que sobrou de ti
cabe-me nos bolsos
e é pouco para as minhas mãos.





Rui Pires Cabral


















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