é tarde meu amor
estou longe de ti com o tempo, diluíste-te nas veias das marés, na saliva
de meu corpo sofrido
agora, tuas máquinas trituram-me, cospem-me, interrompem o sono
habito longe, no coração vivo das areias, no cuspo límpido dos corais…
e no ventre impossível das cidades nocturnas
a solidão tem dias mais cruéis
tentei ser teu, amar-te e amar o falso ouro… quis ser grande e morrer contigo
enfeitar-me com tuas luas brancas, pratear a voz em tuas águas de seda…
cantar-te os gestos com ternura
mas não
águas, águas, inquinadas pulsando dentro do meu corpo, como um peixe
ferido, louco
em mim a lama… e o visco inocente dos teus náufragos sem nome-de-rua,
nem estátua-de-jardim-público
aceito o desafio do teu desdém
na boca ficou-me um gosto a salmoura e destruição
apenas possuo o corpo magoado destas poucas palavras tristes que te cantam
Al Berto
não é nada!
ResponderEliminar:)
EliminarO desamor dilacera...
ResponderEliminaré a efemeridade de tudo... para os budistas não é problema nenhum... :)
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