segunda-feira, 17 de maio de 2010

no sé cómo






















Mi táctica es
mirarte
aprender como sos
quererte como sos

mi táctica es
hablarte
y escucharte
construir con palabras
un puente indestructible

mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
pero quedarme con vos

mi táctica es
ser franco
y saber que sos franca
y que no nos vendamos
simulacros
para que entre los dos
no haya telón
ni abismos

Mi estrategia es
en cambio
más profunda y más
simple

Mi estrategia es
que un día cualquiera
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
por fin me necesites.





























7 comentários:

  1. Minha táctica é dar-te os bons dias... e dizer que a semana (esta semana) vai ser muito melhor :)
    E deixar-te mais um pouco de Eugénio que é o meu poeta.

    Vasco (teu)

    "Acordo sem o contorno do teu rosto na minha almofada, sem o teu peito liso e claro como um dia de vento, e começo a erguer a madrugada apenas com as duas mãos que me deixaste, hesitante nos gestos, porque os meus olhos partiram nos teus. E é assim que a noite chega, e dentro dela te procuro, encostado ao teu nome, pelas ruas álgidas onde tu não passas, a solidão aberta nos dedos como um cravo. Meu amor, amor de uma breve madrugada de bandeiras, arranco a tua boca da minha e desfolho-a lentamente, até que outra boca – e sempre a tua boca – comece de novo a nascer na minha boca. Que posso eu fazer senão escutar o coração inseguro dos pássaros, encostar a face ao rosto lunar dos bêbados e perguntar o que aconteceu."

    Eugénio de Andrade

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  2. lindo!, quase me fazes acreditar que sim:)

    boa semana para ti também, Vasco (teu)

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  3. Vai ser sim, e vais estar brilhante e e vão nascer flores novas na terra do jardim... e vais passar por mim e vou dizer "estás tão bonita hoje" :)

    Vasco (teu)

    "estás tão bonita hoje. quando digo que nasceram
    flores novas na terra do jardim, quero dizer
    que estás bonita.

    entro na casa, entro no quarto, abro o armário,
    abro uma gaveta, abro uma caixa onde está o teu fio
    de ouro.

    entre os dedos, seguro o teu fino fio de ouro, como
    se tocasse a pele do teu pescoço.

    há o céu, a casa, o quarto, e tu estás dentro de mim.

    estás tão bonita hoje.

    os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

    estás dentro de algo que está dentro de todas as
    coisas, a minha voz nomeia-te para descrever
    a beleza.

    os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

    de encontro ao silêncio, dentro do mundo,
    estás tão bonita é aquilo que quero dizer."

    José Luís Peixoto

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  4. não está a ser não, mas 'estás dentro de algo que está dentro de todas as coisas' e isso ajuda, ajuda.

    obrigada vasco(teu)
    paula

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  5. Mas ainda agora está a começar a semana, o primeiro dia ainda é a ressaca do fim de semana :)

    Que tal buscares um ombro onde a cabeça retome o exercício de acreditar?

    Vasco (teu)


    "Não procuro vantagem nem me interessa
    tirar qualquer benefício
    de te amar.
    Apenas busco um ombro onde a cabeça
    retome o exercício
    de acreditar.

    E não desejo outro ofício
    em que me ocupar."

    Torquato da Luz

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  6. tens razão, um ombro com quem dividir o peso de existir, como diz o mia couto.

    mas a quota que me foi atribuída nesta vida para enganos já foi esgotada.

    mas aceito este teu ombro feito palavras, feito poemas, feito prosas.
    bom trabalho, rondar-te-ei no meu sono:)

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  7. Então passa às certezas :)

    Tens o meu ombro (essa é uma certeza), mesmo a meio de uma noite cheia de trabalho, mas gosto de trabalhar à noite com temperaturas assim, é tudo mais calmo, é tudo tão calmo. E gosto de vir aqui deixar-te um beijo e aconchegar-te no teu son(h)o...
    Vasco (teu)

    "Vem aos meus sonhos,
    faz em mim a tua casa.

    Planta, em frente, a cerejeira dos
    pássaros brancos,
    deixa que eles pousem nos ramos e cantem
    eternamente,
    deixa que nas suas asas de luz eu leia o meu
    nome,
    antes de os relâmpagos acenderem os prados.

    Vem aos meus sonhos,
    vê os labirintos por onde me perco,
    vê os meus países do mar,
    vê, em cada barco que parte do meu coração,
    as viagens que não fiz,
    os amores que não tive,
    a lua cruel da minha solidão.

    Vem aos meus sonhos,
    traz um fio de água para as dálias do meu
    quarto vazio,
    não queiras que as suas pétalas sequem muito
    depressa,
    caindo pelos delicados muros de cristal,
    apagando a cor que dava vida aos aposentos do
    solitário.

    Deixa que ele evoque a secreta doçura das
    colmeias,
    e vem,
    vem aos meus sonhos,
    ilumina o meu domingo de cinzas, o meu
    domingo de ramos, o meu calvário,

    diz que estás aqui,
    nesta página que escrevo para nunca te esquecer."

    José Agostinho Baptista

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