Toda a manhã
fui a flor
impaciente
por abrir.
Toda a manhã
fui ardor
do sol
no teu telhado.
Toda a manhã
fui ave
inquieta
no teu jardim.
Toda a manhã
fui ave ou sol ou flor
secretamente
ao pé de ti.
Eugénio de Andrade
Abro-te a porta do poema; e tu espreitas para dentro da estrofe, onde um espelho te espera. Nuno Júdice
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