Deito fora as imagens.
Sem ti, para que me servem
as imagens?
Preciso habituar-me
a substituir-te pelo vento,
que está em qualquer parte
e cuja direcção
é igualmente passageira
e verídica.
Preciso habituar-me ao eco dos teus passos
numa casa deserta,
ao trémulo vigor de todos os teus gestos
invisíveis,
à canção que tu cantas e que mais ninguém ouve
a não ser eu.
Serei feliz sem as imagens.
As imagens não dão
felicidade a ninguém.
Era mais difícil perder-te,
e, no entanto, perdi-te.
Era mais difícil inventar-te,
e eu te inventei.
Posso passar sem as imagens
assim como posso
passar sem ti.
E hei-de ser feliz ainda que
isso não seja ser feliz.
Raul de Carvalho
Não vale!
ResponderEliminarEntro quietinha, na calada da noite, no mais absoluto silêncio na intenção de te desejar uma sextinha feliz, pós-aniversário e... perco o chão na beleza do poema.
Desarmada, recolho-me a minha insignificância e retiro-me.
No bolso, peço licença e levo as palavras de Raul de Carvalho, vou procurar um lugar para vestir-me delas em epee.
〄
Um abraço, de boa sexta. De boa vida nova no seu primeiro fim de semana de idade nova.
a idade é toda só uma epee, é a nossa vida inteira, por mais decisões que queiramos tomar de que vai mudar, vai ser diferente. a idade é aquela com que nascemos.
ResponderEliminarlindo o poema.
boa sexta para si, decidida a ser mais forte, eu, e que se estenda até aí.
beijo
Somos guerreira, Paula!
ResponderEliminarA caminho da guerra, à guerra! Nunca em guerra.
〄
tudo de bom!
epee
[correndo, sem tempo de login]
eu reconheço o modo como escreve, nem precisa de log in.
ResponderEliminarconcordo, nunca em guerra mas guerreiras prontas para isso.
abraço
Erro de concordância gravíssimo: Somos guerreiRAS!
ResponderEliminarBom fim de semana, Paula.
epee
bom fim de semana Epee e o erro só é grave quando, propositadamente induz o outro em erro, penso eu. não foi o caso.
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