sábado, 21 de maio de 2011

Ainda espero o amor

























Ainda espero o amor
como no ringue o lutador caído 
espera a sala vazia 



primeiro vive-se e não se pensa em nada
não me digam a mim
com o tempo apenas se consegue
chegar aos degraus da frente:
é difícil
é cada vez mais difícil entrar em casa 



não discuto o que fizeram de nós estes anos
a verdade é de outra importância
mas hoje anuncio que me despeço
à procura de um país de árvores 



e ainda se me deixo ficar
um pouco além do razoável
não ouvem? O amor é um cordeiro 
que grita abraçado à minha canção





José Tolentino Mendonça









6 comentários:

  1. Todos esperamos este amor... ou um outro... mas que seja sempre amor.
    Conheço bem o autor destas palavras, uma pessoa que admiro muito e não esqueço.

    Bjnh

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  2. ...sobre um improviso de john coltrane :)

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  3. PnS, também admiro o Tolentino, na simplicidade com que fala, na clareza das palavras, na humildade de aceitação de outras opiniões. Deve ser uma boa alma. Não o conheço mas tenho-o ouvido falar.

    boa noite
    bj

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