A mulher deitada, a mulher que se perdeu,
durante o sonho, e não sabe que o caminho
durante o sonho, e não sabe que o caminho
estava indicado nos seus olhos, procura o vazio
com a mão segura entre lençol e cobertor,
como se nesse intervalo houvesse ainda
uma saída para o desejo. No sono em que
a maré da noite se desfez num impulso
de névoa, os seus lábios murmuraram
o nome que não tem corpo; e em vão
esperaram o beijo que os iria selar,
os dedos que se afundariam no oceano
dos cabelos, a respiração que
lhe daria o ritmo da manhã. Por isso,
a mulher que acorda pede à noite que não
a deixe sozinha, como se o abraço antigo
se pudesse prolongar, ou o sol
não trouxesse o dia para junto dela.
Nuno Júdice
pois...
ResponderEliminarNuno Júdice é daqueles escritores que não consigo ter uma opinião formada..tem livros que adoro e outros que nem por isso..mas tem esses trechos brilhantes que por vezes me levam no imaginário..bj ...sempre bom vir aqui e sonhar..
ResponderEliminaré verdade Quim, concordo consigo. ainda bem que se sente bem aqui.
ResponderEliminarbom domingo!
tenho o nuno júdice um bocado atravessado, mas este poema é muito bonito... :)
ResponderEliminar(a foto da katia encaixa tão bem aqui.)
beijinho*
(ah, e a palavra que me pediram: demain! :p)
o nuno júdice gosta-se aqui, desgosta-se ali...
ResponderEliminar(palavra, Vanessa?)
beijinho*, bom domingo (por cá faz sol:))