Aguardo-te
como o barro espera a mão.
Com a mesma saudade
que a semente sente do chão.
O tempo perde a fonte
e a manhã
nasce tão exausta
que a luz chega apenas pela noite.
O relógio tomba
E o ponteiro se crava
No centro do meu peito
Fui morto pelo tempo
No dia em que te esperei.
Mia Couto
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