Se chovesse (sempre) trezentos e sessenta e cinco dias por ano,
e as nuvens no céu se repetissem na cor,
na forma, na velocidade, e na lentidão;
e se o sol permanecesse robusto e alto, constante
como o último andar de um edifício (bem construído),
de calor assim assim mas repetindo assim assim
de calor da véspera;
se o mau e o bom tempo fossem uma linha única,
paralela aos dias; se o verão e o inverno
em vez de dois fossem um,
como uma pedra é um, e uma árvore é um,
se, enfim, quem amas permanecesse amado por ti,
hoje exactamente como ontem,
e daqui a trinta anos exactamente como hoje;
então não existiria o tempo,
e os relógios de pulso seriam pulseiras ruidosas,
mecânicas de mais para estarem tão próximas da mão
capaz de tocar com leveza.
E se não há tempo
não podemos trair.
Gonçalo M. Tavares, O Amor, in 1
Não é bem, assim, mas... pois, é um poema.
ResponderEliminarpois não... :)
EliminarSeu poema é lindo, único
ResponderEliminare me fez refletir
entre a imagem o título e os versos...
Encantada já sigo aqui
aguardo sua visita no
Espelhando https://reflexosespelhandoespalhandoamigos.blogspot.com/
e no Frases http://frasesemreflexos.blogspot.com/
Bjins de feliz domingo
CatiahoAlc.
Obrigada, Reflexos.
Eliminar