sábado, 8 de maio de 2010

Faço de conta que não é nada comigo
















Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa.
Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.




Manuel António Pina















































2 comentários:

  1. E este já podes por :)
    Nã é só ao teu sorriso que regresso... mas também aos teus olhos

    "se regressar, será aos teus olhos que regresso.
    os acasos ardem nos lábios dos amieiros que na margem do rio
    aguardam que regresse. a isso regresso, buscando
    coincidências e nomes, razões. afasto-me
    provavelmente de ti, embora secretamente.

    é por isso estranha a forma como os acasos ardem
    para sempre. a outro rio e sob outras sombras
    regresso, devagar para não ferir o que antes amei
    e por quem morri muitas vezes. agora de novo morro

    e por outro rio regresso até ao lugar onde elas, as aves,
    nascem para não desaparecerem. e isso é como permanecer."



    Francisco José Viegas

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  2. pois... cá, aqui... [com saudade]... de coisas... de gente... de mim...



    @beijo

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