domingo, 20 de junho de 2010

preciso que me digas agora uma coisa inocente






































Estendi a mão por qualquer coisa inocente
uma pedra, um fio de erva, um milagre
preciso que me digas agora
uma coisa inocente

Não uses palavras
qualquer palavra que me digas há-de doer
pelo menos mil anos
não te prepares, não desejes os detalhes
preciso que docemente o vento
o longínquo e o próximo
espalhe o amor que não teme

Não uses palavras
se me segredas
aquilo que no fundo das nossas mentiras
se tornou uma verdade sublime.








 
José Tolentino Mendonça



























2 comentários:

  1. Gostei do blog, das fotos e do destaque aos autores Portugueses (apesar de eu próprio não ser um fã). Achei piada teres postado umas linhas sobre Possidónio Cachapa que foi meu professor no 7.º ano.

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  2. ainda bem que gostaste.

    realmente alguem com o nome de possidónio cachapa só podia ter tido um aluno chamado pulha garcia (joking!...)

    quanto aos autores portugueses, é um acaso, o critério aqui é gostar e de alguma forma espelhar.

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