Penso em ti no silêncio da noite, quando tudo é nada,
E os ruídos que há no silêncio são o próprio silêncio,
Então, sozinho de mim, passageiro parado
De uma viagem em Deus, inutilmente penso em ti.
Todo o passado, em que foste um momento eterno
E como este silêncio de tudo.
Todo o perdido, em que foste o que mais perdi,
É como estes ruídos,
Todo o inútil, em que foste o que não houvera de ser
É como o nada por ser neste silêncio nocturno.
Tenho visto morrer, ou ouvido que morrem,
Quantos amei ou conheci,
Tenho visto não saber mais nada deles de tantos que foram
Comigo, e pouco importa se foi um homem ou uma conversa;
Ou um [...] assustado e mudo,
E o mundo hoje para mim é um cemitério de noite
Branco e negro de campas e [...] e de luar alheio
E é neste sossego absurdo de mim e de tudo que penso em ti.
Álvaro de Campos
Tantos são os mortos
ResponderEliminarque morrem por amor
e depois de tudo, morrer, e ainda pensar...
EliminarSim, o silêncio da noite pode ser tudo e nada...
ResponderEliminarDepnde do que queremos ver e sentir.
sim, Luis, tentemos que seja tudo...
Eliminarsossego absurdo
ResponderEliminarduas palavras só, e fiquei preso ali
'sossego absurdo de mim...'
Eliminarainda estou preso no sossego absurdo, não cheguei a mim
ResponderEliminaros absurdos são milagres, se nós os deixarmos ser.
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