Não sou capaz de estranhas paixões
e amo, como muitos, o vento forte
que agita a roupa estendida nas cordas,
as bicicletas ferrugentas
de pneus furados
esquecidas em garagens e arrecadações,
a água fresca que mata a sede
ao mais miserável dos homens.
Mas se, como outros, amo os dias de intensa luz
e o descuido dos pássaros no ar,
ninguém ama como eu
as estrias do teu ventre,
a primeira casa de dois filhos.
de todas as coisas prodigiosas que conheço
são elas o que mais se parece
com os rasgos abertos por um arado
na terra crua deste mundo.
Luís Filipe Parrado
Eu às vezes gostava de ser. :)
ResponderEliminarMas um excelente poema, Ana.
também eu :)
EliminarExcelente!!
ResponderEliminarobrigada, José Luiz.
EliminarNada é estranho na poesia
ResponderEliminarnada é estranho na arte.
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