Os poemas não são meus... mas são-me inspirados por ti
Vasco (teu)
"E de novo a armadilha dos abraços. E de novo o enredo das delícias. O rouco da garganta, os pés descalços a pele alucinada de carícias. As preces, os segredos, as risadas no altar esplendoroso das ofertas. De novo beijo a beijo as madrugadas de novo seio a seio as descobertas. Alcandorada no teu corpo imenso teço um colar de gritos e silêncios a ecoar no som dos precipícios. E tudo o que me dás eu te devolvo. E fazemos de novo, sempre novo o amor total dos deuses e dos bichos."
'... À noite as tuas palavras são tão diferentes: trazem-me o silêncio... ensinam-me a sedução... desvelam-me o teu corpo,... ... Enfim, à noite nada de ti coincide contigo mas isso ninguém o sabe, nem sequer tu... apenas eu...'
Conta-me as coisas que sabes que nem eu sei... conta... que eu fico aqui... eterno... à tua espera
(adoro Pedro Barroso, e há duas canções dele que amo, pena que não as encontre por aí, resta-me cantar-te ao ouvido... sentes?)
"Quero que gostes de Pina Baush,ou até já nem gostes, Queiras mais, queiras diferente; Que gostes da cor e do risco forte de Miró E do canto desiludido e fundo de Ferré;
Quero que aprecies os cheiros sensíveis da eternidade Do grande bruto grande e do pequeno sensivel e pequeno
Quero que mores nas páginas da Photo e que, sendo um modelo de virtudes Representes a cortesã mais lassa para mim;
Quero-te com mãos de pedra e veludo; Quero que ames o chique e a Serra de d'Aire mais o safari que a recepção.
Quero que mores e sofras nas páginas de Bruno Crepax E te irrites com a perfeição absoluta de um retraro de Medina
Quero que se possivel vivas dentro dum anúncio do Martini Felina e ondulante numa ilha tropical
Quero que ames o longe e a miragem,como Régio E que sejas louca e sábia Que tenhas lábios e mordas Sorvedouro inteiro de vida,arrepio de garça,sacudir de cisne Passos de corça graça de Arlequim Pose de Diva,corpo de areia e luz
E quero que me dês,que me dês muito,que me dês tudo E que abras as janelas de par em par ao Tejo E fecundes um poema em cada gesto E voes como a gaivota em cada espreguiçar e partas para a Indía em cada cacilheiro E que sejas,mores,vivas e creias longe Muito longe daqui
Quero que sejas profundamente minha e ritual Obsessiva e lúcida,febril,tremente de desejo Disposta a tudo e a mais a muito mais, Boca de mundo,seios de mármore,corpo de mulher e sobretudo mulher E sobretudo amante Se existires assim,nua inteira,absoluta e pessoal Responde-me Que eu fico aqui eterno à tua espera"
Há umas coisas que quero mais que outras... posso fazer uma lista de prioridades... a primeira seria: "quero que ames o longe e a miragem , como Régio" :)... bem... também gosto muito de "Quero que sejas profundamente minha e ritual Obsessiva e lúcida,febril,tremente de desejo Disposta a tudo e a mais a muito mais..." :)
...É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo...
Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar.
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre
REOLHARES
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*Owen Bullock*
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tomorrow never comes (III)
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Carta a Paris 16 de Março de 2015
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16 de Março 2015
10:07
Está frio. O céu, imenso e de um cinza quase branco, leva-me os sentidos e
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1930-2015
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não chamem logo as funerárias,
cortem-me as veias dos pulsos pra que me saibam bem morto,
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SANTO ANTONINHO DOS ESQUECIDOS
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* para o José Carlos Soares*
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o crepúsculo enquanto o vento
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Espaço : se alguém disser que morri...
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Robert & Shana Parkeharrison
*se alguém disser que morri, avança até à varanda do céu,*
*escuta a noite e recolhe o meu corpo da espuma dos planetas.*
*nã...
Os poemas não são meus... mas são-me inspirados por ti
ResponderEliminarVasco (teu)
"E de novo a armadilha dos abraços.
E de novo o enredo das delícias.
O rouco da garganta, os pés descalços
a pele alucinada de carícias.
As preces, os segredos, as risadas
no altar esplendoroso das ofertas.
De novo beijo a beijo as madrugadas
de novo seio a seio as descobertas.
Alcandorada no teu corpo imenso
teço um colar de gritos e silêncios
a ecoar no som dos precipícios.
E tudo o que me dás eu te devolvo.
E fazemos de novo, sempre novo
o amor total dos deuses e dos bichos."
Rosa Lobato Faria
'... À noite as tuas palavras são tão diferentes:
ResponderEliminartrazem-me o silêncio...
ensinam-me a sedução...
desvelam-me o teu corpo,...
...
Enfim, à noite nada de ti coincide contigo
mas isso ninguém o sabe, nem sequer tu... apenas eu...'
Victor Oliveira Mateus
Conta-me as coisas que sabes que nem eu sei... conta... que eu fico aqui... eterno... à tua espera
ResponderEliminar(adoro Pedro Barroso, e há duas canções dele que amo, pena que não as encontre por aí, resta-me cantar-te ao ouvido... sentes?)
"Quero que gostes de Pina Baush,ou até já nem gostes,
Queiras mais, queiras diferente;
Que gostes da cor e do risco forte de Miró
E do canto desiludido e fundo de Ferré;
Quero que aprecies os cheiros sensíveis da eternidade
Do grande bruto grande e do pequeno sensivel e pequeno
Quero que mores nas páginas da Photo e que, sendo um modelo de virtudes
Representes a cortesã mais lassa para mim;
Quero-te com mãos de pedra e veludo;
Quero que ames o chique e a Serra de d'Aire
mais o safari que a recepção.
Quero que mores e sofras nas páginas de Bruno Crepax
E te irrites com a perfeição absoluta de um retraro de Medina
Quero que se possivel vivas dentro dum anúncio do Martini
Felina e ondulante numa ilha tropical
Quero que ames o longe e a miragem,como Régio
E que sejas louca e sábia
Que tenhas lábios e mordas
Sorvedouro inteiro de vida,arrepio de garça,sacudir de cisne
Passos de corça graça de Arlequim
Pose de Diva,corpo de areia e luz
E quero que me dês,que me dês muito,que me dês tudo
E que abras as janelas de par em par ao Tejo
E fecundes um poema em cada gesto
E voes como a gaivota em cada espreguiçar
e partas para a Indía em cada cacilheiro
E que sejas,mores,vivas e creias
longe
Muito longe daqui
Quero que sejas profundamente minha e ritual
Obsessiva e lúcida,febril,tremente de desejo
Disposta a tudo e a mais a muito mais,
Boca de mundo,seios de mármore,corpo de mulher e sobretudo mulher
E sobretudo amante
Se existires assim,nua inteira,absoluta e pessoal
Responde-me
Que eu fico aqui eterno à tua espera"
Pedro Barroso
[não queres mais nada? :)) - não és pobre a pedir, não és, não...
ResponderEliminarum bom dia para ti (fizeste-me rir, com tanto que queres..)]
Há umas coisas que quero mais que outras... posso fazer uma lista de prioridades... a primeira seria: "quero que ames o longe e a miragem , como Régio" :)... bem... também gosto muito de "Quero que sejas profundamente minha e ritual
ResponderEliminarObsessiva e lúcida,febril,tremente de desejo
Disposta a tudo e a mais a muito mais..." :)
pois...
ResponderEliminar...É curioso como não sei dizer quem sou.
ResponderEliminarQuer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer.
Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo...
Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou.
Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre
Clarice Lispector
Que grande filho da mãe este sujeito. Um tarado. Está em tudo o que e blog no engate trocando poemas e conversas delicodoces. Nojento
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