domingo, 8 de maio de 2011

Matar a sede com água salgada





































Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.







Miguel Torga










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7 comentários:

  1. esta súplica é um dos meus poemas preferidos de torga (e de sempre).
    e é como muitos dos irmãos pessoa - não sei explicar a razão de ainda não terem sido incluídos no meu mural.

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  2. luis...sem palavras...perde-se a vida a desejá-la tanto...diz o torga claro, e talvez o rato.

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  3. O amor, quando nasce para ser 'ímpar', é ímpar até a eternidade. Ou nos conformamos... ou nos conformamos.

    ¬
    Boa semana, Paulinha!

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  4. e eu diria mais ainda - ou nos conformamos...

    boa semana Epee!

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  5. sim Olga, lindo.
    (lá vou eu encalhar por aqui, como quando me encanto)

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