À LUPA
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*A tarefa fotográfica tinha por finalidade o enquadrar uns barcos
colocados no Tejo, não lembro para que acontecimento.*
*Eduardo Gageiro, a determinad...
Carreira e Vocação
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Na trajetória profissional de uma pessoa, dois conceitos costumam surgir
com frequência: *carreira* e *vocação*. Embora muitas vezes usados como
sinónimo...
James Taylor & Carole King - You've Got A Friend
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*When you’re down and troubled and you need some loving care*
*And nothing, oh, nothing is going right*
*Close your eyes and think of me*
*And soon I ...
ana hatherly / 463 tisanas
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212
Era uma vez um país de coveiros. Apertados uns contra os outros abriam as
respectivas covas dos inimigos, correspondendo fielmente à sua mútua
i...
Um viagem de que não se regressa
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No dia 3 de Julho lançaremos na FNAC da Avenida de Roma, em Lisboa, com
apresentação de Daniel Sampaio, o mais recente livro do escritor Mário
Cláudio, *...
Aníbal Nuñez (Sinais de velhice)
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SÍNTOMAS DE VEJEZ
Ya el poeta no hace como antes
boceto de sus lágrimas
ni refunde su canto hasta el poema
ahora directamente como el liquen
...
desire...
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*It was summer when I found you*
*In the meadow long ago,*
*And the golden vetch was growing*
*By the shore.*
*Did we falter when love took us*
*With a gust...
Amélia
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Amélia bamboleia-se à minha frente e as outras imitam-na. Talvez o
burburinho que ouço, entrelaçando o chilrear das aves neste entardecer,
seja os...
Caminhas comigo.
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Caminhas comigo dentro do meu coração
Viajas comigo dentro do meu pensamento
És o aroma que perfuma a minha emoção
A fresca oressa, que refresca o senti...
I de Infância (V)
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"[...]
Olhamos para o mundo uma vez, na infância.
*O resto é memória."*
Louise Glück, *Meadowlands*,
trad. de Inês Dias [Relógio D'Água, 2022]
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Ainda seguimos os fogos
cultivados de noite por homens
que lêem para se salvar
temos lido uns para os outros na busca
das coisas mais ofensivas, que possam
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Mobilizem-se! Organizem-se! Lutem!
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Imaginem que isto se passava com o PCP. Ou BE. Ou L. Ou com o PS. Ou até
mesmo com o PSD. Seria a cobertura mediática idêntica? Haveria o mesmo
crit...
Abril (in)conveniente
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O governo, que se diz patriótico e defensor das liberdades, encontrou no
luto uma oportunidade rara: suspender abril sem parecer que o faz por
gosto. A mor...
Gato Azul, de Hagiwara Sakutaro
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Poema de Hagiwara Sakutaro (1846-1942), poeta japonês, da sua colectânea
com o mesmo nome Aoneko (Gato Azul) de 1923. GATO AZUL É bom amar esta bela
cidade...
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Este ano o verão atravessou Lisboa. O verão foi invisível. Atravessou a
cidade e os outros levou do meu corpo memórias do teu nome. joão miguel
fernandes j...
PELE DE PAREDE
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Os azulejos de Gilberto Renda são pele de parede,
Os painéis de madeira, nas salas da preciosa Vila Idalina,
Os antigos papeis de parede da Casa Vermelha,
Os...
Tragédia no Mar
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"Tragédia no Mar" é a denominação do feliz grupo escultórico de José João
Brito, visto aqui na tarde de hoje. Inspirado numa tela de Augusto Gomes, o
monum...
No meio do ruído das coisas.
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Duas despedidas tristes: a de Paulo Tunhas (1960), filósofo, cronista,
poeta, professor; e a de Luís Carmelo (1954), romancista, professor, poeta,
ensaís...
CARLOS POÇAS FALCÃO
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[TODOS OS DIAS VIAJO PARA A CULPA]
Todos os dias viajo para a culpa.
É lá onde trabalho, movendo e removendo
juízos e vergonhas, vergando-me nas margens
do...
ninguém conhece o infinito
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A culpa é tua se dizes sempre
o mesmo nome
se tens sempre a mesma idade
e a mesma casa, se quando
revelas a tua identidade
é impossível que o céu te explud...
FATIADA
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Era o céu inteirinho que chovia, como se fosse castigo, alagando tudo em
redor.
Como se o mundo se aglomerasse para chorar, acotovelando-se na visão
catas...
POEMAS DE MARGARET RANDALL
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Foto de Robert Giard, 1998.
*Sospecha y parábolas vacías*
Viajamos a alguna parte
pero no tenemos mapa.
Las líneas de mi palma relucen
como corriente el...
Que seja eterno
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Mas de nenhum destes modos te sei amar, tão fraco ou inábil é o meu
coração, de modo que, por o meu amor não ser perfeito, tenho de me
contentar que seja e...
Uma Alma Inquieta
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Eu sabia há três anos que Ela me viria bater à porta a qualquer momento,
mas não sabia como seria informado da sua chegada.
Desde Maio que peço, quase dia...
sem que ele note
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tão longe vai o tempo em que ele morria em mim. acontecia aos poucos, a
imagem dele a querer fugir do meu peito, ele a ausentar-se lentamente dos
meus ...
Tempo
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Eu não amava que botassem data na minha existência. A gente usava mais era
encher o tempo. Nossa data maior era o quando. O quando mandava em nós. A
gente ...
É isto o Amor
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Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que
me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite. É verdade que te podia
dizer: «Como é ma...
Pó dos Livros
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Setembro de 2007, abrimos as portas, e já nessa altura planava sobre nós o
abutre. Nunca passava para cá da linha da porta. No entanto, rondava de
perto...
Burrinho
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Fui à procura de um caderno para escrever. Volto a ter vontade de
escrever. Não quero, não sou capaz, de escrever frases, textos, quero
apenas apontar as ...
o escritor enquanto cão-guia
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Grassa, em lusas terras, já há algum tempo, o paradigma do escritor como
«cão-guia». O leitor ou leitora, pitosga ou mesmo ceguinho deverá ser
levado pela ...
tomorrow never comes (III)
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Tentava escrever
o esboço - vestígio do corpo,
a macia semente do vento
a traço de giz
da cor do barro, da cor da nuvem carvão;
acontecia o espinho, o p...
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Um corpo sem véu, despojado do barulho do mundo. Apenas o grão da pele para
o vestir. Um corpo nu, imóvel e cheio de estorias caóticas e cicatrizes.
Um co...
Saídas a dois
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Estava tudo combinado para aquele final de tarde: saía do trabalho direta à
escola, entravamos juntos no carro, sorridentes e enamorados, e seguíamos
para...
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demasiado depressa o silêncio
de braços inertes
não consigo alcançar-te
ou olhar-te sequer
nem colher a tempo tudo o que devia
(tudo o que julgo que de...
Carta a Paris 16 de Março de 2015
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16 de Março 2015
10:07
Está frio. O céu, imenso e de um cinza quase branco, leva-me os sentidos e
a minha vontade. Ainda assim decidi ir a Paris, onde te...
1930-2015
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não chamem logo as funerárias,
cortem-me as veias dos pulsos pra que me saibam bem morto,
medo? só que o sangue vibre ainda na garganta
e qualquer mão e ...
SANTO ANTONINHO DOS ESQUECIDOS
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* para o José Carlos Soares*
O esquecimento tem portões
fechados e velas a acordar
o crepúsculo enquanto o vento
sop...
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Vestiu-se de nevoeiro e foi dançar
pés de musgo
mão na anca e outra estendida no ar
gotas de chuva mansa no olhar
um peso leve
acariciando a terra húmida
em...
Espaço : se alguém disser que morri...
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Robert & Shana Parkeharrison
*se alguém disser que morri, avança até à varanda do céu,*
*escuta a noite e recolhe o meu corpo da espuma dos planetas.*
*nã...
belíssimo
ResponderEliminarsim, parece tão simples de dizer ou escrever, depois de ter sido dito ou escrito
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