Antonio Orihuela (O mundo fantástico)
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O MUNDO FANTÁSTICO DA SARDINHA PORTUGUESA
Dois milhões de pobres
e latas de sardinha a nove euros.
Chamemos-lhe liberalismo.
*Antonio Orihuela*
(...
a vision...
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*Sunlight was something more than that to him. *
*It was a halo when it formed a rim *
*Around some far-off mountain peak. *
*He called It thin-beat leaf of ...
MÚSICA PELA MANHÃ
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*Durante muitos anos persegui os livros de poemas de Margarida Ferra
editados pela &Etc., sem nunca os encontrar.*
*Numa conversa com o Vitor Silva Tavar...
O mundo que gostamos de virar contra nós...
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Não somos muito bons a aproveitar as coisas boas que inventamos para nos
melhorarem o dia a dia. Nunca fomos.
O outro "lado da moeda", a coroa, revela-...
FÁTIMA LOPES MERECIA MAIS
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O desaproveitamento incompreensível de Fátima Lopes na televisão, é um
daqueles mistérios que revelam tanto sobre o estado atual do panorama
televisivo, ...
ulla hahn / de corpo inteiro
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Da fossa dos teus anos te tirei do lameiro
e mergulhei-te nas águas do meu verão
lambi-te as mãos cabelo corpo inteiro
jurei ser minha e tua até mais nã...
Gonçalo M. Tavares - Resultados e Instrumentos
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*De um outro ponto de vista: utilizamos sempre uma régua para medir rectas *
*e um transferidor para medir ângulos.*
*Experimenta trocar: a régua para...
Excerto da Quinzena
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*Lisboa, 21 de janeiro de 2017 (sábado) – Dívidas de gratidão para com o
meu corpo. À parte uma asma alérgica trazida de África, entretanto
debelada, uma...
bruxa
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ainda desejo a chuva.
as gotas que molham o meu rosto ao fim do dia, que amaciam as dúvidas e a
inquietação pelo tempo que voa. os passos cuidadoso...
CONTABILIDADE DOS ANJOS
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CONTABILIDADE DOS ANJOS (1900-2025) * O meu pai faria anos hoje. Ou faz —
depende da contabilidade dos anjos. Acordei e tomei café (sem açúcar, como
tu). A...
És a Flor mais bonita da Natureza.
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Quando te digo, seres a flor mais bela da natureza
É porque o meu olhar abrange a insigne essência
Se te comparo a um cristal de fina e natural beleza
É ...
Um epicurista
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O comensal da mesa ao lado acompanha o bacalhau à Brás, servido em tacho de
cobre, com uma meia de leite, servida em porcelana de Ílhavo.Saúdo a
elegância ...
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O tempo viria a ser preterido, uma
distância para o consumo de si e dos
outros, sem a menor ânsia de distinção
acorda-se sem boca, os nomes
pertencem já a...
Gato Azul, de Hagiwara Sakutaro
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Poema de Hagiwara Sakutaro (1846-1942), poeta japonês, da sua colectânea
com o mesmo nome Aoneko (Gato Azul) de 1923. GATO AZUL É bom amar esta bela
cidade...
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Este ano o verão atravessou Lisboa. O verão foi invisível. Atravessou a
cidade e os outros levou do meu corpo memórias do teu nome. joão miguel
fernandes j...
PELE DE PAREDE
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Os azulejos de Gilberto Renda são pele de parede,
Os painéis de madeira, nas salas da preciosa Vila Idalina,
Os antigos papeis de parede da Casa Vermelha,
Os...
Tragédia no Mar
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"Tragédia no Mar" é a denominação do feliz grupo escultórico de José João
Brito, visto aqui na tarde de hoje. Inspirado numa tela de Augusto Gomes, o
monum...
No meio do ruído das coisas.
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Duas despedidas tristes: a de Paulo Tunhas (1960), filósofo, cronista,
poeta, professor; e a de Luís Carmelo (1954), romancista, professor, poeta,
ensaís...
CARLOS POÇAS FALCÃO
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[TODOS OS DIAS VIAJO PARA A CULPA]
Todos os dias viajo para a culpa.
É lá onde trabalho, movendo e removendo
juízos e vergonhas, vergando-me nas margens
do...
ninguém conhece o infinito
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A culpa é tua se dizes sempre
o mesmo nome
se tens sempre a mesma idade
e a mesma casa, se quando
revelas a tua identidade
é impossível que o céu te explud...
FATIADA
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Era o céu inteirinho que chovia, como se fosse castigo, alagando tudo em
redor.
Como se o mundo se aglomerasse para chorar, acotovelando-se na visão
catas...
Que seja eterno
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Mas de nenhum destes modos te sei amar, tão fraco ou inábil é o meu
coração, de modo que, por o meu amor não ser perfeito, tenho de me
contentar que seja e...
Uma Alma Inquieta
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Eu sabia há três anos que Ela me viria bater à porta a qualquer momento,
mas não sabia como seria informado da sua chegada.
Desde Maio que peço, quase dia...
sem que ele note
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tão longe vai o tempo em que ele morria em mim. acontecia aos poucos, a
imagem dele a querer fugir do meu peito, ele a ausentar-se lentamente dos
meus ...
Tempo
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Eu não amava que botassem data na minha existência. A gente usava mais era
encher o tempo. Nossa data maior era o quando. O quando mandava em nós. A
gente ...
É isto o Amor
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Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que
me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite. É verdade que te podia
dizer: «Como é ma...
Pó dos Livros
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Setembro de 2007, abrimos as portas, e já nessa altura planava sobre nós o
abutre. Nunca passava para cá da linha da porta. No entanto, rondava de
perto...
Más poemas de Levertov (según ST)
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Photographer unknown, provided by Jan Wallace, The Project Room
*i*
Él recoge botones de vidrio del fondo del mar.
Las branquias de la mente palpitan en...
Burrinho
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Fui à procura de um caderno para escrever. Volto a ter vontade de
escrever. Não quero, não sou capaz, de escrever frases, textos, quero
apenas apontar as ...
o escritor enquanto cão-guia
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Grassa, em lusas terras, já há algum tempo, o paradigma do escritor como
«cão-guia». O leitor ou leitora, pitosga ou mesmo ceguinho deverá ser
levado pela ...
tomorrow never comes (III)
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Tentava escrever
o esboço - vestígio do corpo,
a macia semente do vento
a traço de giz
da cor do barro, da cor da nuvem carvão;
acontecia o espinho, o p...
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Um corpo sem véu, despojado do barulho do mundo. Apenas o grão da pele para
o vestir. Um corpo nu, imóvel e cheio de estorias caóticas e cicatrizes.
Um co...
Saídas a dois
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Estava tudo combinado para aquele final de tarde: saía do trabalho direta à
escola, entravamos juntos no carro, sorridentes e enamorados, e seguíamos
para...
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demasiado depressa o silêncio
de braços inertes
não consigo alcançar-te
ou olhar-te sequer
nem colher a tempo tudo o que devia
(tudo o que julgo que de...
Carta a Paris 16 de Março de 2015
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16 de Março 2015
10:07
Está frio. O céu, imenso e de um cinza quase branco, leva-me os sentidos e
a minha vontade. Ainda assim decidi ir a Paris, onde te...
1930-2015
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não chamem logo as funerárias,
cortem-me as veias dos pulsos pra que me saibam bem morto,
medo? só que o sangue vibre ainda na garganta
e qualquer mão e ...
SANTO ANTONINHO DOS ESQUECIDOS
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* para o José Carlos Soares*
O esquecimento tem portões
fechados e velas a acordar
o crepúsculo enquanto o vento
sop...
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Vestiu-se de nevoeiro e foi dançar
pés de musgo
mão na anca e outra estendida no ar
gotas de chuva mansa no olhar
um peso leve
acariciando a terra húmida
em...
Espaço : se alguém disser que morri...
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Robert & Shana Parkeharrison
*se alguém disser que morri, avança até à varanda do céu,*
*escuta a noite e recolhe o meu corpo da espuma dos planetas.*
*nã...
belíssimo
ResponderEliminarsim, parece tão simples de dizer ou escrever, depois de ter sido dito ou escrito
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