estende a tua mão contra a minha boca,
e sente como respiro contra ela,
e sem que eu nada diga,
sente a trémula, tocada coluna de ar
a sorvo e sopro,
ó
táctil, ininterrupta,
e a tua mão sinta contra mim
quanto aumenta o mundo
* *
sou eu que te abro pela boca,
boca com boca,
metido em ti o sopro até raiar-te a cara,
até que o meu soluço obscuro te cruze toda,
amo-te como se aprendesse desde não sei que morte,
ainda que doa o mundo,
a alegria
Herberto Hélder
O amor do avesso, até às vísceras.
ResponderEliminareu não acho que seja o amor do avesso. e tenho andado toda a tarde à procura de uma palavra que não encontro para dizer o que penso, mas na minha opinião é o transbordar do amor fazendo-se matéria, corpo, para além de nós, também no outro (no feliz contemplado :) ).
Eliminarobrigada Maria.
Há muitas formas de escrever "Amor"...
ResponderEliminarpois há Luis.
Eliminarboa noite