Não me perturbes.
Quero reclinar o meu peito no regaço da terra
descer num casulo de luz pairar como a bruma
na urze calada e perfumada da serra.
E não perturbes o meu silêncio
que dorme nas folhas das minhas mãos.
Na criança adormecida em mim
ficam as pegadas na presença dos silêncios,
nos diálogos e gestos escritos na areia polida
das minhas palavras.
E não perturbes o meu silêncio
que dorme nas folhas das minhas mãos.
Não perturbes estas folhas que rodeiam o meu corpo
povoando esta alma de música que ninguém ouve.
Não quero miscelâneas no meu poente.
Quero nascer os olhos em bocas de alegria.
Deixa ser-me criança, vestir de novo esta fantasia.
E não per tur bes o meu son ho.
Quero adormecer a noite enganar a lua
morrer o passado nesta inquietação
desta
chama
nua
Manuela Barroso
Tantos são os silêncios
ResponderEliminare nele o descanso, o repouso
EliminarNão perturbo, mesmo, Ana. :)
ResponderEliminarMas também me apetece deitar no soalho e ver o outro "mundo"...
(pois não :) )
Eliminartão bom o corpo rente ao chão.
bom dia Luís.