sábado, 5 de dezembro de 2015

Tu estás tão perto























Às vezes ouves-me chorar
não é fácil deixar a tua mão
De quarto em quarto
quem espera
o terror de não haver ninguém
As paisagens alteram-se sem resolução
narrativas imortais desaparecem
e os girassóis assim
vulneráveis a desconhecidas ordens

Tu estás tão perto
mas sofro tanto
porque não vejo
como possa falar de ti
entre dois ou três séculos





José Tolentino Mendonça
















6 comentários:

  1. Respostas
    1. as distâncias... dão pano para mangas...
      bom fim de semana, Luis :)

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  2. porque a alma sente para alem da vida

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  3. ainda agora li um post sobre medidas, odeio não compreendo os séculos, a distância, os girassois, o tempo, as mãos vazias. tudo nada e sempre, não percebo.

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  4. mantenha-se assim Luís. quantos gastam vidas inteiras para conseguirem abstrair-se disso tudo :)

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